É o meu caso com a minha filha. Mãe é sempre a pior pessoa pra falar de filhos, mas Deus me deu uma filha muito melhor do que eu mereço. Estudiosa, inteligente, alegre e perspicaz.
Desde muito pequena ela diz que quer ser atriz e batalha por isso com uma garra de adulto. Faz aulas de teatro há cinco anos nas melhores escolas do Rio de Janeiro. Sai direto da escola, pega um ônibus e muitas vezes mal dá tempo de almoçar. Decora os textos se dedica a eles, lê, faz aulas de voz. Claro que teve muitas influências, a madrinha é atriz e o padrinho diretor de TV. Sempre conviveu com pessoas do mundo da arte, com isso aprendeu a apreciar a arte.
Este ano ela teve que conviver com algumas frustrações. Convidada por um amigo foi fazer um teste pra novela Tititi, sonhou e batalhou muito pelo papel, ficou entre as finalistas, mas acabou não entrando, pois não tinha o perfil da personagem. Essa semana fez novamente um teste para um tão sonhado papel, dessa vez para uma peça de teatro, novamente não foi dela o papel.
Elogiada por seu talento, pelo diretor de TV e pela diretora de teatro, nada adiantou, caiu numa tristeza profunda. Disse-me ontem:
- Mamãe, eu não sei o que acontece comigo, sinto-me muito infeliz, nada dá certo na minha vida. Não sei se quero seguir essa carreira, não tenho estrutura para receber um não. Principalmente quando me dedico tanto para conseguir algo. Por favor, não me diga nada, eu sei que você não consegue me entender.
Eu a abracei e ficamos, por muito tempo, abraçadas em silêncio.
Eu pensava no que ela havia acabado de dizer. Só me vinha um pensamento:
“Ela está apenas começando a conviver com as frustrações e os vários não que a vida nos diz. Quantas vezes um não são portas para o sim, que a vida ainda vai nos apresentar.”
Como bem diz a minha mãe;
- “Faça das pedras do seu caminho, uma escada para o seu ideal.”
Mas não existe forma de proteger os filhos, todos têm que viver e lá na frente lembrar-se de algo que ensinamos, nem que seja de um abraço, que muitas vezes falam mais que muitas palavras.
Hoje fui ao aeroporto embarcá-la pra quinze dias de férias na Disney, presente de aniversário e o sonho de uma vida toda.
Feliz, no meio da excursão, ela já não era mais aquela menina triste de ontem. Até isso a juventude tem de maravilhoso, o frescor do dia seguinte e a esperança que se renova a cada momento.
Denise Portes
7 comentários:
Gostaria que vc visitasse meu blog e tentasse nos ajudar! Grato
"A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos".
Charles Chaplin
Que bonito isso , um dos teus posts mais bonitos, tanta energia de amor, de sentimento puro, pungente a sair de cada palavra menina.
Lá na frente ela sentirá assim, os não como sim, como nãos , como um talvez....lá na frente ela perceberá o não como fonte de aprendizagem, como tão necessários qto os sins que vamos levndo nessa vida, um não muda muitas vezes a direção de um caminho e nos faz chegar no ponto que precisávamos chegar...eu hj não questiono os meus nãos , sei que lá na frente entenderei o pq dele ter sido tão necessário em minha vida, e com tua menina tb será assim.
Um beijo querida,
Erikah
Um dia escrevi, que ser mãe é a oportunidade que Deus nos dá de sermos melhores.
O seu texto tem a delicadeza do amor materno... É quase um pingente de sorriso.
Beijos Denise
Tenha um ótimo dia e parabéns por sua filha!
Oi não sei o que dizer... mas as frustrações fazem parte de nossas vidas. O importante é como lidamos com elas. E acho que sua filha está aprendendo isso com vc do lado. Um abraço pode ser melhor do que palavras em algumas situações. Ela se lembrará com carinho deste abraço e entenderá tudo! Sem que vc precise dizer uma única palavra!
Acredite! E parabéns pelo aniversário!!! Beijinhos querida
Nossa...cheguei a me emocionar.Talvez por tb ser mãe, e só quem o é sabe o quanto mudamos e crescemos por dentro.
Bjos grandes Denise
Denise,
Um belíssimo textopoema, desses que dá vontade de entrar na trama, e sentisse parte dele!
(Ser mãe e ter essas histórias prá contar, mas todas são vitoriosas, quero assim concluí-las atencipadamente, pois isso também me fortalece!)
Um abraço, Marluce
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