terça-feira, 31 de outubro de 2017

segunda-feira, 30 de outubro de 2017

domingo, 29 de outubro de 2017

sábado, 28 de outubro de 2017

sexta-feira, 27 de outubro de 2017

quinta-feira, 26 de outubro de 2017

terça-feira, 24 de outubro de 2017

segunda-feira, 23 de outubro de 2017

domingo, 22 de outubro de 2017

"É sobre você também ". Crítica


"A peça é uma tragicomédia em que a atriz/personagem convida o público a acompanhar de perto a trajetória de uma moça que chega ao local de seu casamento vestida de noiva pra dizer aos convidados que não vai mais se casar. Só que os convidados não estão lá, então, ela resolve explicar sua situação para os desconhecidos que ali se encontram. A gente vai percebendo que o problema não é só o noivo, há um pai também..."

Extraído do release que me foi enviado, o trecho acima sintetiza o contexto em que se dá "É sobre você também", de autoria de Julia Portes, que também interpreta a personagem. Fernanda Alice assina a direção do espetáculo, que conta com supervisão de direção de Maitê Proença. Após estar em cartaz por três meses na Casa do Rio, a montagem será apresentada pela última vez - ao menos nesse espaço - na próxima sexta-feira, às 21h.


Em função do explicitado no parágrafo inicial, a noiva em questão decide não mais se casar e mesmo estando diante de desconhecidos, resolve contar um pouco de sua história. No entanto, praticamente desde o começo da peça, tive a sensação de que estava diante de uma jovem que já morrera - bem mais adiante, é narrada uma passagem em que a protagonista pergunta à plateia o que ela faria em seus dois últimos minutos de vida, caso estivesse sob as rodas de um ônibus. Em meu entendimento, a jovem cometeu suicídio. E se isso de fato ocorreu, tudo que nos é narrado e vivido ganha uma outra dimensão, que tentarei esclarecer em seguida.


Se tudo acontecesse apenas em função de um, digamos, golpe teatral - a substituição dos convidados pelos espectadores -, tenho a impressão de que a atriz/personagem não contaria o que nos conta da forma como o faz, alternando a mais absoluta coloquialidade com tonalidades vocais impregnadas de estranhamento. E também não agiria impondo ao seu corpo alternâncias semelhantes - em muitos momentos, a serenidade física é substituída por imprevistas danças, movimentos espasmódicos e também por um gestual lento e preciso, que materializa no espaço ideias que talvez não fossem tão contundentes se expressas através de palavras.  


Continuando na mesma linha de tentar entender o que não é explicitado, há uma passagem a princípio obscura, mas que para mim foi claríssima. A personagem nos conta que, em certa ocasião, dormia no quarto dos pais, ao lado da cama deles. De repente, a mãe salta da cama e se tranca num quarto adjacente. A menina, antes de correr atrás dela, sente cair sobre si uma espécie de cuspe. Mas teria sido realmente uma espécie de cuspe? Entendi essa passagem como se a mãe tivesse assassinado o marido, e o que a menina sentiu cair sobre si foi o sangue do pai.


Isto posto, e mesmo que tenha me enganado completamente tanto no que diz respeito ao fato de a jovem estar morta, quanto ao assassinato do pai - e se enganos cometi, por eles me desculpo - o que importa ressaltar é que o texto contém pertinentes reflexões sobre o amor, o machismo, a vida e as escolhas que fazemos, cabendo também ressaltar que eventuais momentos de solidão não constituem necessariamente nenhuma tragédia. 


Quanto à montagem, Fernanda Alice impõe à cena uma dinâmica em total sintonia com o material dramatúrgico - marcações criativas, imprevistas, não raro possuidoras de grande expressividade e sempre investindo em uma proposta rítmica que gera no espectador um estado de permanente suspensão.


Quanto a Julia Portes, a jovem atriz foi para mim uma gratíssima revelação. Possuidora de ótima voz, excelente preparo corporal, grande carisma e inegável inteligência cênica, a atriz reúne todas as condições para construir uma belíssima trajetória profissional, e neste sentido solicito que os sempre caprichosos Deuses do Teatro a abençoem.


Na equipe técnica, parabenizo com o mesmo entusiasmo as preciosas colaborações de Maitê Proença, Patrick Sampaio (provocador convidado), Ty Prieto (artes visuais) e Katerina Amsler (adereços cênicos).


É SOBRE VOCÊ TAMBÉM - Texto e atuação de Julia Portes. Direção de Fernanda Alice. Supervisão de direção de Maitê Proença. Casa do Rio - Sexta-feira, 21h.

Lionel Fischer

sexta-feira, 20 de outubro de 2017

quinta-feira, 19 de outubro de 2017

quarta-feira, 18 de outubro de 2017

terça-feira, 17 de outubro de 2017

segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Texto Júlia Portes


Eu quero entrar em um ônibus e ouvir uma conversa de um casal atrás de mim que explique todas as minhas dúvidas, pra ver se assim eu posso começar a ter novas dúvidas 
Depois, eu vou no arpoador e tiro uma foto. Não será uma selfie, mas eu estarei na foto, com as mesmas dúvidas - não tinha nenhum casal esclarecedor atrás de mim e eu vim de metrô. Estou alguns minutos mais antiga, porque a gente tá sempre ficando mais antigo mesmo. Depois, eu chego no seu prédio, aperto o sétimo andar. Nunca achei sua cara morar no sétimo andar. Você tem cara de quinto. Chego em casa e te falo que não vou mais voltar. Eu vim pra dizer que não venho mais. Eu lembro que essa frase vem me acompanhando e que eu nunca comprei uma bola. Eu pego o elevador. Você diz pra eu não ir embora e o elevador não chega. Deve ser aquelas duas senhoras do terceiro andar que sempre ficam conversando e segurando a porta. Eu acho que, no fundo, elas não gostam de conversar e deve ser por isso que seguram a porta, é o corpo dizendo que quer ir embora. O que quer dizer eu na sua casa dizendo que vou embora, não indo embora e o elevador não chegando? Meus poucos anos de terapia dizem que isso quer dizer alguma coisa. O elevador desce. Por quê? Será que antes de eu chamar já tinham chamado lá no P? Eu não aguento mais pensar nas explicações dos detalhes que acontecem na minha vida. Você pode por favor lavar o prato mais rápido? Por que quando eu aperto 1 pra entrar no now demora alguns segundos? Por que construir o sistema, os eletrodomésticos, os bancos pra funcionarem contra a gente? Por favor, esteja do meu lado, eu disse pra ele. O elevador começa a subir e eu começo a pensar em todas as razões pelas quais eu ainda poderia ficar. Não encontro. Não ter coragem de ir embora já não é o suficiente? Vim pra dizer que não venho mais. É coragem ou auto sabotagem? Tem alguma relação essas duas palavras terminarem com "agem"?
Tem alguma relação na nossa relação? 
O elevador chega no quinto e eu ouço as vizinhas conversando. Mas se o elevador desceu antes de subir, por que elas estão subindo de novo? 
Eu choro, você se irrita. Eu choro mais. Você não diz pra eu ficar. Eu penso que a minha vida é boa e que você não gosta da palavra boa. Eu penso que eu quero que você se foda. Vai se fuder, eu digo. Mas eu gosto tanto de você, eu digo. Eu fico, se você quiser, eu digo. O elevador chega. As vizinhas não estão lá. Eu num ato dramático de filme ruim, solto a porta, te beijo. Ficamos de bem. A gente desce pra comprar uma bola e guardar no armário.

Júlia Portes

sábado, 14 de outubro de 2017

sexta-feira, 13 de outubro de 2017

quinta-feira, 12 de outubro de 2017

quarta-feira, 11 de outubro de 2017

terça-feira, 10 de outubro de 2017

Essa coisa que a gente não sabe o que é, mas desconfia.

As meninas que escreveram e vão estrear juntas a peça "Essa coisa que a gente não sabe o que é, mas desconfia" Teatro Municipal Café Pequeno no Leblon, estreia dia 10 de outubro, toda terça-feira, às 22 horas. Você nem desconfia o que elas construíram, não percam.

segunda-feira, 9 de outubro de 2017

domingo, 8 de outubro de 2017

Reflexão

É tempo de recolhimento, de examinar o vivido e melhorar o que não deu certo.

Denise Portes

sábado, 7 de outubro de 2017

Certeza

Se tudo que quero e penso vai se tornando distante do que você quer e pensa, talvez não valha a pena tentar.

Denise Portes

sexta-feira, 6 de outubro de 2017

Esperança.

É que dias bons me fazem acreditar mais na vida do que os dias nublados.

Denise Portes

quinta-feira, 5 de outubro de 2017

Silêncio bom.

“O beijo é uma declaração silenciosa”.

quarta-feira, 4 de outubro de 2017

Inaugurando

“Mudar é acordar por dentro e inaugurar por fora”.

terça-feira, 3 de outubro de 2017

Pensando bem...

“A reflexão é um pensamento que pretende amanhecer”.

segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Céu e mar...

 “O mar é a versão molhada do céu”.