quinta-feira, 30 de novembro de 2017

quarta-feira, 29 de novembro de 2017

terça-feira, 28 de novembro de 2017

segunda-feira, 27 de novembro de 2017

domingo, 26 de novembro de 2017

sábado, 25 de novembro de 2017

sexta-feira, 24 de novembro de 2017

quinta-feira, 23 de novembro de 2017

quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Texto Júlia Portes


Eu já comprei livros que não li
E alfaces que não comi
Não faço mais.
Agora, pego emprestado
A adrenalina de não devolver o alface disponibilizado, me faz comer
Antes que estrague 
Antes que apodreça,
na prateleira,
Todas as letras inutilizadas pelos meus olhos,
Pelo meu medo de comer e emagrecer,
E assim, me encaixar em tudo que eu achava que era certo desmerecer.
Por insuficiência de livros lidos
Quem foi que inventou a quantidade certa?
Clarice, Henry ou Kundera?
Todos parados na minha estante comendo a alface temperada do hambúrguer de ontem.
E eu? 
Fico com vertigem só de olhar para todos eles prestes a se jogar
Da ponta da estante,
Da geladeira,
que toda vez que eu abro eu penso que vão estragar 
Os buquês de flores que meu pai me deu 
Em cima da mesa
Meu pai, que com todas suas indelicadezas
Comprou flores
Pra gente comer juntos de sobremesa
Logo hoje, que me contaram que em alguma simbologia japonesa
Flor é filho
Quantas flores você imagina no meio do seu deserto? 
Uma só. 
Fica no alto da escada da minha casa
Que eu subo pra pegar a toalha
Que está mal guardada
Senão tivesse, eu não teria que subir na escada
Para achá- la
E lá vem você dizer que não
que o problema é a minha estatura
Que se eu fosse mais alta 
Comeria a alface
A macarronada
Leria mais 
porque subir na escada
É problema pra gente baixa
Se eu fosse longa, pegar a toalha 
Seria coisa de benevolência executável 
Para mim e pra você 
Que menos que eu, tem 1,45 cm.
Você só comia rúcula 
Enquanto o meu alface estragava geladeira que está com problema de congelar demais as coisas.
Se trocar uma peça, volta a funcionar.
No caso de gente, qual peça eu devo trocar?
Digo, no caso de congelar.
Você diz que não sabe e fica lá parado olhando pro celular.
Tentativas de rima.

Júlia Portes

terça-feira, 21 de novembro de 2017

segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Texto Júlia Portes


Eu já comprei livros que não li
E alfaces que não comi
Não faço mais.
Agora, pego emprestado
A adrenalina de não devolver o alface disponibilizado, me faz comer
Antes que estrague 
Antes que apodreça,
na prateleira,
Todas as letras inutilizadas pelos meus olhos,
Pelo meu medo de comer e emagrecer,
E assim, me encaixar em tudo que eu achava que era certo desmerecer.
Por insuficiência de livros lidos
Quem foi que inventou a quantidade certa?
Clarice, Henry ou Kundera?
Todos parados na minha estante comendo a alface temperada do hambúrguer de ontem.
E eu? 
Fico com vertigem só de olhar para todos eles prestes a se jogar
Da ponta da estante,
Da geladeira,
que toda vez que eu abro eu penso que vão estragar 
Os buquês de flores que meu pai me deu 
Em cima da mesa
Meu pai, que com todas suas indelicadezas
Comprou flores
Pra gente comer juntos de sobremesa
Logo hoje, que me contaram que em alguma simbologia japonesa
Flor é filho
Quantas flores você imagina no meio do seu deserto? 
Uma só. 
Fica no alto da escada da minha casa
Que eu subo pa pegar a toalha
Que está mal guardada
Senão tivesse, eu não teria que subir na escada
Para achá- la
E lá vem você dizer que não
que o problema é a minha estatura
Que se eu fosse mais alta 
Comeria a alface
A macarronada
Leria mais 
porque subir na escada
É problema pra gente baixa
Se eu fosse longa, pegar a toalha 
Seria coisa de benevolência executável 
Para mim e pra você 
Que menos que eu, tem 1,45 cm.
Você só comia rúcula 
Enquanto o meu alface estragava geladeira que está com problema de congelar demais as coisas.
Se trocar uma peça, volta a funcionar.
No caso de gente, qual peça eu devo trocar?
Digo, no caso de congelar.
Você diz que não sabe e fica lá parado olhando pro celular.
Tentativas de rima.

Júlia Portes

domingo, 19 de novembro de 2017

sábado, 18 de novembro de 2017

Texto Júlia Portes


Eu escrevo para agora não estar comendo, bebendo, fumando ou talvez brigando com gente na rua
Minha crueldade não foi treinada para ir além disso
Eu escrevo para transformar peninha de mim ou do resto mundo em alguma coisa que parte de mim acha que pode ser relevante 
Mas eu venho duvidando
Duvidando de coisas boas e justas
Nesse momento, meu cachorro, a criatura mais meiga que conheço, chora. 
Chora, pois já não consegue subir no sofá.
No meu sofá, eu tenho um sofá e isso é luxo.
Eu não queria um amor, eu queria que meus ex amores se saíssem melhor na vida. Eles poderiam criar um grupo no WhatsApp e combinar uma vaquinha pra me dar um sofá novo.
Meu cachorro destruiu meu sofá. 
Eu não tenho os olhos tristes que os meus ex amores tem, eu tenho mais alegria no olhar. 
Os olhares mudam ao longo da vida de uma mesma pessoa? 
Pq os loucos falam tantas frases de cunho religioso? 
Eu tenho acreditado que devemos simplificar frases para que todos possam falar a mesma língua 
A favor da democratização da língua!
Tenho medo de frases de cunho político 
Então, você pode levar isso como algo de cunho sexual.
Tenho medo de errar
Ofender
Discutir 
Tô cansada dos assuntos
O silêncio que me habita deve estar animado com isso 
Finja: nós dois numa mesa de bar e eu tiro uma lista de perguntas: Sobre o que podemos falar? - É o nome do questionário.
Poderíamos fazer metáforas sobre os corredores dos prédios 
Ou sobre escadarias 
Um poema de cimento
De óleo de cozinha 
Eu aprendi a fazer risoto sem queijo e com arroz integral
Disseram que isso não é risoto
A Bela Gil disse que é.

Júlia Portes

sexta-feira, 17 de novembro de 2017

quinta-feira, 16 de novembro de 2017

quarta-feira, 15 de novembro de 2017

terça-feira, 14 de novembro de 2017

segunda-feira, 13 de novembro de 2017

domingo, 12 de novembro de 2017

sábado, 11 de novembro de 2017

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segunda-feira, 6 de novembro de 2017

domingo, 5 de novembro de 2017

Texto Júlia Portes


Isso não é uma despedida 
Eu queria te dizer um monte de coisas ofensivas, mas não dizia só pra garantir que aquele " Tchau" não seria pra sempre. Só pra garantir que existe alguma maneira de voltar atrás, mandar uma mensagem como se nada tivesse acontecido ou esbarrar um dia na rua e saber que ainda existe reticências suficientes pra gente tomar uma cerveja juntos
Isso não é um fracasso 
Sobre os livros que não escrevi, as peças que não montei, os filmes que não fiz. Não seria possível, já que eu ainda sou projeto de pessoa, as coisas ainda estão pra acontecer .
Isso não é um sonho.
Nos sonhos existem imagens e aqui só tem palavras. É imagem que origina palavra ou palavra que origina imagem?
Também não é uma carta de nostalgia
De quando a vó ainda tava aqui pra costurar, a priminha mais nova nem pensava em existir e o vô ficava sentado no sofá.
Isso não é uma revolta
Mas poderia ser. Contra a flexibilização das noções do trabalho escravo, contra o arquivamento da acusações, contra o emenda tirando artes da grade obrigatória.
Isso não é uma declaração de amor.
( Pelo simples fato de que não te amo mais. Demorou, mas passou )
Nada disso é uma certeza.
Pois ninguém leu ainda e com o olhar de outra pessoa tudo pode mudar e coisas que eu nem imaginei passem a aparecer 
Talvez alguém diga que isso é um texto que explica alguma obra, bem na entrada do lugar onde está exposta. 
Ou uma junção de bilhetinhos trocados por duas amigas do ensino médio.
Alguém poderia ver uma data e um horário aqui e dizer que isso é uma passagem pra Austrália.
Ou uma fotografia. 
Seria isso uma fotografia?
Esse texto é imagem?
Ou um pãozinho com meia colher de manteiga tartaruga e um café com leite com mais leite que café?
Essa opção seria no caso da pessoa que tá lendo não gostar muito de café, mas fingir, já que acha chique aceitar um café. ( pra conseguir engolir mistura com bastante leite ). 
Isso poderia ser uma certidão de nascimento.
Leitor, Se você fosse contar sua vida pra alguém começaria do dia do seu nascimento? 
Isso não é um cachorro.
Leitor, O que tem mais importância o seu passado ou seu cachorro?
São reticências.

Júlia Portes

sábado, 4 de novembro de 2017

Sítio Adson

A paz do campo, porque quando menos se espera a vida já ficou pra trás.

quinta-feira, 2 de novembro de 2017

quarta-feira, 1 de novembro de 2017