Senti um amor por desenhos de Mangá, a primeira vez que vi. Eu me identifiquei ao encontrar neles a minha dor e a minha doçura. Sim, sou doce e triste como um Mangá. Eu tenho o olhar pra vida com mesmo coração deles Eu carrego em mim esse mangá, não é à toa. Eles são o meu lado desenhado. Eu choro por tudo que não entendo no coração dos homens, por tudo que é de mais sensível e que mora nos labirintos do meu coração. Eu sou sozinha nessa dor de ser sensível e a minha alegria muitas vezes é triste, nem falo disso porque não me sinto compreendida. Eu nem quero ser compreendida, pois é uma dor da minha alma, de não me sentir de nenhum lugar, de não me sentir de ninguém, de estar jogada num mundo que não parece meu.
Eu sou esse pacote de desentendimento que mora em mim, vivo da minha sensibilidade e somente ela me basta, sou muito louca, não tenho preconceitos nem julgamentos. Eu vivo seguindo minha intuição, minhas lágrimas não servem mais pra chorar por nada pequeno. Eu gosto de coisas maiores e me abasteço da minha loucura, porque é nela que está todo o sentido da minha vida e se isso acabar eu posso morrer. Mesmo sabendo que isso me enlouquece todos os dias. Sentimentos pequenos, miudinhos, nunca serviram pra mim. A minha mãe jogou meu umbigo no mar e eu caí no universo é lá o meu lugar. Ou será que não? Será que estou bem doida, pesando muito, a minha cabeça fica a mil?

Denise Portes