Abre a janela e deixa a lua entrar.

Pulo a janela dos meus pensamentos quando vejo a lua crescente no céu. É o sorriso do gato de Alice. O mesmo sorriso que vi no livro de história e que ficou gravado eternamente em minha memória.
Com as janelas abertas e a brisa soprando mansinho, pego meu par de asas na janela e vou visitar lugares distantes. Minha viagem tem memória e histórias guardadas, embrulhadas em mistérios que eu criei pra mim. Nos meus diálogos internos, eu me pergunto se as pessoas guardam tantas fantasias em seu baú secreto da memória?
A importância que eu dou a cada um que cruza meu caminho, como se todos fizessem parte de uma grande história. E fazem, afinal é a minha história, essa que me faz livre para escolher qual caminho trilhar, que fantasias passear, por onde voar. Nem sempre esses voos são agradáveis, mas é através deles que busco entender o meu caminhar, a minha trajetória, para tentar ser cada dia mais feliz. Algumas vezes, voo para longe de mim e quando percebo tenho que voltar me reinventando, procurando um norte para me reestruturar. Já percebi que a noite de lua crescente faz com que eu fique horas buscando no céu respostas para tanto sentir. Deixo a brisa que entrou pela janela me empurrar até o meio das estrelas e por lá fico horas a delirar.
- Que louco, dizem alguns.
Misturada com minhas emoções, eu penso:
“ Louco é quem, me diz que não é feliz.”

Denise Portes