Quadro Beatriz Milhazes.
Esse jeito meio estranho de ser, essa sensibilidade a flor da pele, uma estranheza e uma emoção em olhar pra vida. A imagem que aprendi a ver nas nuvens, o ouvir atento na conversa dos adultos e tantas atitudes observadas e questionadas, isso me fez aprendiz de feiticeiro. Às vezes a vida ficava leve como o entardecer e os dias de domingo me oprimiam por parecer ser uma folha em branco. Os pássaros que me fazem observar suas asas e as borboletas azuis que me encantam. A vida das prostitutas e o pensamento dos mendigos, tudo pra mim é uma questão. Não consegui viver longe das histórias, das músicas e das emoções. Meu bisavô veio para o Brasil com um circo, ele era um palhaço, meu avô era pianista e tocava violão como ninguém. Cresci com tintas espalhadas pela casa, minha mãe é professora de pintura e na minha casa a vida era feita de afeto, cores, amigos, música, muitos casos e risadas. Cresci com toques suaves na alma, nunca me perdi da minha sensibilidade e quando me perdi de mim foi através do meu olhar poético que me encontrei. Outro dia me disseram que tem pessoas que olham pra vida com um olhar de artista, eu sempre chamei esse olhar de mundo dos sensíveis.
Seja qual for o nome desse lugar, ou mesmo os vários prismas para seguir, o único que me interessa é o caminho do coração.
Seja qual for o nome desse lugar, ou mesmo os vários prismas para seguir, o único que me interessa é o caminho do coração.
Denise Portes
*Esse texto faz parte do projeto "Dois Olhares" de Denise Portes e Néia Lambert *
2 comentários:
Perfeito, como tudo que vc faz/escreve!
Eu fico aqui so imaginando como deve ser crescer do lado de pessoas como vc ;]
Beijos! Otimo fds.
Lindo e ainda mais com a ilustração da Beatriz, gosto muito.
Um Beijo!
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