Aprendi a ler com seis anos mas, ninguém me deixava entrar na biblioteca, era um quarto no final do corredor. Vovô morava em um casarão enorme, podíamos circular por todos os cantos, menos no quarto dos livros. Eu morria de curiosidade, principalmente quando a porta rangia e ele ficava horas lá dentro. Eu tinha oito anos quando fui convidada a entrar em seu esconderijo.
Lá tinha uma escrivaninha grande de madeira, uma poltrona, um abajur e estantes que circundavam o quarto do teto até o chão.
Lá tinha uma escrivaninha grande de madeira, uma poltrona, um abajur e estantes que circundavam o quarto do teto até o chão.
Os livros enfileirados harmonicamente davam a impressão de que nasceram ali. Eu me sentei em sua poltrona de couro e ele abriu a cortina para que a luz entrasse.
Orgulhoso ele me entregou uma chave e disse:
- Agora você também pode frequentar o nosso esconderijo, essas duas prateleiras aqui têm uns livros que eu separei pra você começar sua viagem. Todas as vezes que você quiser conhecer outras histórias pode vir para cá. Puxou o livro "Reinações de Narizinho" de Monteiro Lobato, me cobriu com uma colcha de retalhos e sentando-se na cadeira ao meu lado me olhou por cima dos óculos e disse:
- Agora sim, você vai conhecer o verdadeiro País das Maravilhas!
Foi dessa forma que os livros passaram a fazer parte da minha vida.
16 comentários:
Oba!! Adorei o jeitinho doce de despertar a curiosidade pela leitura! Este vovô é esperto!! Incentivando a curiosidade... toda criança é curiosa. Fiquei com inveja! Sempre sonhei com uma biblioteca como esta... Delícia!!! Igual a brigadeiro!!! Beijinhos
Hummmm....
Que delícia de vô...
Que delícia de infância...
Que delícia de lugar...
Que delícia de livros...
Que dádiva tudo isso!!!
É por isso que você virou uma fada encantada!
Beijos
Adri
Regina
Ele era assim mesmo, criava esconderijos e despertava curiosidades.
Beijos
Denise
Adri querida
Eu tive esse duende na minha vida.
Obrigada por esse elogio, você que me trás sempre tantas palavras de estimulo.
Um beijo
Denise
Um privilégio ter um avô leitor; o meu era analfabeto, mas me ensinou por outras formas a enxergar a vida. Obrigado pela visita em A Poltrona. Bjo.
Wilame
Meu avô era dono de um cartório, numa pequena cidade do interior.
Era um homen incrível mesmo, mas é lindo ter essas pessoas que nos deixam marca de como enxergar a vida.
Obrigada você também, por essa visita por aqui.
Um abraço
Denise
Engraçado Dê,Reinações de Narizinho tb foi o meu primeiro livro a ler, o q me abriu um mundo de fantasias sem fim.
Faz de cada livro um mundo de aprendizagens e em cada texto um amigo pra te ouvir ....pesca nas entrelinhas , o que ficou subentendido e em cada frase um sentido pra seguir. (...)
(Erikah Azzevedo)
Pq ´e assim q tenho feito todos esses anos.
Monte de beijos nocê
Erikah
ErikaH
Lindas palavras, como sempre!
Vou guardá-las no coração.
Monte de beijos pra você também.
Denise
Seu avô era encantado.
bj.
Minha maior tristeza é não tem uma biblioteca perto da minha casa!
Estou seguindo vc !
beijos
Soraia
Eu também acho que era, tenho maior orgulho dele.
Beijos
denise
Oi Fernanda
Que bom ter você aqui. Comentei no seu blog sobre a estante virtual é uma ótima opção.
Beijos
Denise
Oi Denise, obrigada pelo elogio no meu blog, mesmo! Fico feliz! Seu blog é muito interessante também, estarei te seguindo...espero você lá mais vezes! beijo!
Janaina
Que bom que você chegou. Eu vou voltar lá.
Beijos
Denise
Algumas coisas me lembrou meu avô! q saudades e q falta ele me faz.. :~
Nao ha nada melhor no mundo do q ganhar um presente desses de um avô!
beijos.
Paula
É uma lembrança pra vida toda...
Beijos
Denise
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