O ano passado eu escrevi em parceria com Guilherme Macêdo um longa metragem chamado “Cartas de Amor”. Um roteiro lindo que vocês ainda vão assistir. Na história, os personagens trocam cartas de amor e a trama é construída encima dessas cartas. Sinto saudade de escrever e receber cartas. Quando eu era adolescente, morava em uma pequena cidade do interior, comecei a namorar aos onze anos. Quando terminei com esse namorado ele me escreveu uma carta de amor. A primeira carta da minha vida.
Depois dessa carta me lembro de trocar correspondência com uns amigos de uma amiga que moravam aqui no Rio. Detalhe, eu não os conhecia. Fui conhecer alguns meses depois, quando vim passar férias no Rio de janeiro. Ainda tenho algumas cartas guardadas os amigos não.
Com, a criação do email a intenção era substituir de forma mais rápida e prática o envio e o recebimento de correspondências, daí o nome, correio eletrônico.
Mas a coisa mudou de rumo. Email hoje serve para muitas coisas, mandar fotos, músicas, desenhos,conteúdos variados, menos, é claro, escrever.
Nós passamos muito tempo conversando nos meios de conversação instantâneas e passando recados nos Orkut da vida, e agora, escrevendo bobagens no Twitter, o maior sanitário digital do mundo. Esquecemos de nos corresponder por email.
Coisas simples, falar sobre as novidades, perguntar como andam as coisas, discutir sobre cinema, música, arte, vida, amor, religião. Todo mundo passa a vida no MSN, no Orkut, tenho amigas atrizes, jornalistas, que já não suportam mais responder email.
Faz é tempo que o carteiro me entregou uma carta, só conta. Escrever pra alguém é interessante, tem todo um processo mental, um envolvimento, você pensa na pessoa, como ela irá reagir ao receber tal notícia, ao ler tal frase, uma palavra ali, e com isso, nos tornamos mais íntimo daquela pessoa, nos humanizamos com ela.
É um processo mágico e poético.
O mundo já tem muita imagem, informação, precisamos de poesia, de sentimento, de emoção.
sexta-feira, 1 de janeiro de 2010
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2 comentários:
Ai... Isso é muuuito verdade!!!
Eu adorava escrever e receber cartas, mas depois do email, ninguém mais tinha saco de continuar escrevendo...
Processo triste esse do que a tecnologia traz e leva embora...
Por isso me recuso a me desfazer dos meus papéis de carta: tenho TODOS até hoje e ADORO!!!
E adoraria continuar trocando também, mas isso não existe mais...
Uma pena!
Beijos
Adri*
Adri
Será que somos nós os escritores que somos carentes das cartas?
Um beijo
Denise
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