domingo, 7 de agosto de 2016

Morre o cirurgião plástico Ivo Pitanguy

Eu tive a oportunidade de conhecer o Dr. Ivo Pitanguy e conversar com ele algumas vezes sobre o lindo trabalho que ele fazia na Santa Casa da Misericórdia no Rio de Janeiro. 
Muito mais que ser um médico das estrelas e celebridades ele criou o Serviço de Queimados do Hospital do Pronto-Socorro e o primeiro serviço de cirurgia de mão e de cirurgia plástica reparadora da Santa Casa. Em 1961, com a colaboração de médicos residentes, atuou no atendimento às vítimas do incêndio do Gran Circo Norte-Americano, em Niterói, o que deu visibilidade à importância social da especialidade. 
A tragédia matou mais de 500 pessoas e deixou mais de 800 feridos com sequelas por queimaduras. Inaugurou a Clínica Ivo Pitanguy em 1963, que se transformou em referência nacional e internacional para a cirurgia plástica. Sua a compaixão pelo próximo e a solidariedade fez dele muito mais do que uma celebridade na arte que é ser médico, mas um homem que passou por aqui e cumpriu sua missão.
O que particularmente faz de Ivo Pitanguy objeto de minha admiração é sua longa vida de dedicação ao próximo.
Um homem de sua projeção e importância poderia ser indiferente ao mundo à sua volta, arrogante com os demais.
Não é o seu caso. Sua sensibilidade o levou a se dedicar durante toda sua trajetória profissional a uma enfermaria na Santa Casa da Misericórdia, promovendo ali operações gratuitas. Corrigindo defeitos de nascença ou anomalias adquiridas em acidentes ou por doenças, em pessoas que não poderiam arcar com intervenções de alto custo. Tenho muita honra de ter ouvido a linda história do seu trabalho. Sinto-me profundamente triste por sua perda e desejo a família os meus mais profundos sentimentos.

Denise Portes

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