terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Outra lente

Eu passei a vida toda procurando um amor, eu acho até que essa é a parte mais procurada em minha vida de poeta, quem foi que disse que não os tive? Amei algumas pessoas com todo o meu coração. Tive amores lindos, com meu amor eu construí uma família, tive a minha filha que é meu amor maior, tive um amor bandido, outro carmaticos, fantasiosos, virtuais, tive aquele que eu acordava e achava que estava no conto de fadas, viajando pelo mundo... Todos os poucos, ou muitos amores, depende sempre do ponto de vista, ficaram em minha vida, viraram amigos e parte da minha história. Não me arrependo do vivido e sempre detestei o não vivido... Até que sentada numa tristeza das maiores possíveis eu nem esperava, mas queria que algo maior acontecesse. Algo que me fizesse melhor, mais mulher, que tirasse as sombras da dependência, do foco que era desfocar a própria vida quando se ama... Estava nos astros, no carma, nos livros, no evangelho, ou na minha crença em meus santos e orixás, mas estava lá. Quando eu na curva das minhas crenças vibrava para que o amor me levasse pelos braços e trocasse comigo os abraços, pois eu estava pronta, entregue e vivida. Não queria mais a mesmice de amores briguentos, complicados, estraçalhados na falta cotidiana de respeito apareceu você. Eu agora vou tentar de novo, com mais tranquilidade e de forma mais madura trocar a luz que mistura o amor e a loucura. Quem sabe assim desse jeito, mais inteira e mais perfeita eu possa viver o amor do tamanho que ele é. 

Denise Portes

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