quarta-feira, 25 de julho de 2018

A voz da alma.

Andei longe do meu blog, não foi por falta de interesse e nem o troquei por outros meios de comunicação, apenas fui me afastando das palavras e elas foram se desorganizando em mim. Não fiquei sem escrever, até porque morro se isso acontecer. 
Fui me perdendo de mim, das minhas coisas e na vasta extensão da minha paz interior, tudo permaneceu velado pelo nevoeiro das minhas inquietações. Construí frases, textos para personagens e pequenos toques de pensamentos me ocorreram, porém desisti de olhar para dentro, fiquei desatenta dos meus passos. 
Não foi um passo de mágica que me fez retornar a velha casa do meu blog, foram tantos os acontecimentos, devaneios, perdas profundas de entes queridos e desligamento de pessoas próximas, que somente agora, engatinhando na organização interna da minha alma, quem sabe eu consigo entrar novamente neste lugar? Entendi que era preciso estar mais próxima de Deus, das forças do universo e das conexões com o divino que existe dentro de mim. A arte não acontece sozinha, ela vem da sensibilidade de estar conectada com os mistérios da fé. Escrever, pintar, atuar, esculpir e todas as outras formas de arte são linguagens da alma. Talvez por isso a palavra calma, tenha alma dentro dela. Pois é preciso estar calmo, atento e forte para que o sopro da divina criação volte a iluminar e conduzir a alma. 

Denise Portes

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