domingo, 7 de julho de 2013

Meu pai.

 
Eu não sei por que caminho enveredou os meus pensamentos. 
Nem que sentimentos me levaram a esse silêncio interno profundo. 
A partida do meu pai me deixou órfã dos seus olhos e das suas palavras de comando que me guiaram por toda a vida e eu que pensei que era somente na infância e parte da minha adolescência. Eu achei que minha vida adulta estava vinculada ao amor de filha, os passos da infância e sinalização da trajetória na adolescência. 
Nem todas as sessões de terapia me contaram que muito mais que um amor existia esse olhar de pai, ainda que eu morasse distante há tantos anos, meu pai estava lá do lado da minha mãe a olhar por nós. O distanciar da sua presença física me causa uma dor tão grande como se um pedaço de mim tivesse partido. É desse buraco que a vida recomeça com outro olhar. Eu não imaginava que pudesse doer tanto e no desencanto do lado mais doloroso do viver recolho em memória os seus ensinamentos e me orgulho de ter um pai que me guiou com exemplos de integridade e companheirismo.

Denise Portes

Nenhum comentário: