domingo, 31 de dezembro de 2017
sábado, 30 de dezembro de 2017
Irmãs
A irmã mais velha
pergunta: "Que é isso aí que você está tomando (floral)?", e a mais
nova responde, com ar gaiato: "Você não entenderia!"
Iale Falheiros
sexta-feira, 29 de dezembro de 2017
quinta-feira, 28 de dezembro de 2017
quarta-feira, 27 de dezembro de 2017
terça-feira, 26 de dezembro de 2017
DA DISCRIÇÃO
Não te abras com teu amigo
Que ele um outro amigo tem.
E o amigo do teu amigo
Possui amigos também...
Que ele um outro amigo tem.
E o amigo do teu amigo
Possui amigos também...
Mario Quintana
segunda-feira, 25 de dezembro de 2017
domingo, 24 de dezembro de 2017
sábado, 23 de dezembro de 2017
sexta-feira, 22 de dezembro de 2017
Texto Júlia Portes
São 3 da manhã
Eu tô no meio da rua sentada
Bem no meio da curva
Correndo risco de ser atropelada
Por um motorista que acabou de tirar carteira e ainda tá entendendo o volante
Tá tocando em algum bar próximo uma música da Marília Mendonça
Eu tenho concordado com as letras de Marília
Dentro da minha cabeça tá tocando uma música que minha amiga me apresentou
Daquelas tão lindas que dá vontade de se apaixonar
Trovoa
Eu tô bem no meio da curva
Eu queria escrever que tô bem no meio de uma das curvas da minha vida
Mas tenho achado brega escrever vida e mundo nos textos
São palavras pretenciosas
Grandes demais por dentro
Tem muita vida no mundo
Muito mundo na vida
Pronto agora já escrevi
Tá tudo bem ser brega
Essa noite eu já falei com muita gente
A última pessoa me mostrou um livro
Eu não conhecia ele
Digo, a pessoa que me mostrou o livro
Ele promoveu uma estrutura pro nosso diálogo
Que Foi raso
Considerando o tema:
Solidão
Era o tema
Talvez esse seja o único tema possível pra essa noite
Pra esses tempos
O livro dele falava de um jeito intelectualizado o que todos os livros de auto ajuda também dizem
Eu tô tentando me auto ajudar
Então, Conheço bastante desse assunto
Eu tenho pintado quadros que derretem
Eu poderia me aprofundar nisso e pensar se é assim que tô me sentindo
Em desintegração
Mas talvez seja só porque eu goste de tinta e o meu traçado seja infantil demais pra fazer desenhos de fato
Eu queria dizer pra alguém que eu tô com dificuldade de me conectar
Que uma mulher me contou uma história inteira essa semana e quando ela terminou, eu não sabia onde eu tava
Isso é raro
Eu costumava me conectar bem com as palavras dos outros
Tem um monte de gravuras coladas na minha parede
Textos parecidos anotados pelo quarto
Não tem como mudar tanto de um dia pro outro
Mentira
Tem sim
Tem sim
Os livros pouco intelectualizados de auto ajuda mandaram eu pensar que tem sim
Meu último desenho infantil tem uma cobra picando uma baleia
O que isso deve significar?
Se é que significa alguma coisa
Eu tô com muita saudade de conhecer gente impulsiva
Eu torço pra conhecer gente impulsiva em 2018.
Eu tô no meio da rua sentada
Bem no meio da curva
Correndo risco de ser atropelada
Por um motorista que acabou de tirar carteira e ainda tá entendendo o volante
Tá tocando em algum bar próximo uma música da Marília Mendonça
Eu tenho concordado com as letras de Marília
Dentro da minha cabeça tá tocando uma música que minha amiga me apresentou
Daquelas tão lindas que dá vontade de se apaixonar
Trovoa
Eu tô bem no meio da curva
Eu queria escrever que tô bem no meio de uma das curvas da minha vida
Mas tenho achado brega escrever vida e mundo nos textos
São palavras pretenciosas
Grandes demais por dentro
Tem muita vida no mundo
Muito mundo na vida
Pronto agora já escrevi
Tá tudo bem ser brega
Essa noite eu já falei com muita gente
A última pessoa me mostrou um livro
Eu não conhecia ele
Digo, a pessoa que me mostrou o livro
Ele promoveu uma estrutura pro nosso diálogo
Que Foi raso
Considerando o tema:
Solidão
Era o tema
Talvez esse seja o único tema possível pra essa noite
Pra esses tempos
O livro dele falava de um jeito intelectualizado o que todos os livros de auto ajuda também dizem
Eu tô tentando me auto ajudar
Então, Conheço bastante desse assunto
Eu tenho pintado quadros que derretem
Eu poderia me aprofundar nisso e pensar se é assim que tô me sentindo
Em desintegração
Mas talvez seja só porque eu goste de tinta e o meu traçado seja infantil demais pra fazer desenhos de fato
Eu queria dizer pra alguém que eu tô com dificuldade de me conectar
Que uma mulher me contou uma história inteira essa semana e quando ela terminou, eu não sabia onde eu tava
Isso é raro
Eu costumava me conectar bem com as palavras dos outros
Tem um monte de gravuras coladas na minha parede
Textos parecidos anotados pelo quarto
Não tem como mudar tanto de um dia pro outro
Mentira
Tem sim
Tem sim
Os livros pouco intelectualizados de auto ajuda mandaram eu pensar que tem sim
Meu último desenho infantil tem uma cobra picando uma baleia
O que isso deve significar?
Se é que significa alguma coisa
Eu tô com muita saudade de conhecer gente impulsiva
Eu torço pra conhecer gente impulsiva em 2018.
Júlia Portes
quinta-feira, 21 de dezembro de 2017
quarta-feira, 20 de dezembro de 2017
terça-feira, 19 de dezembro de 2017
O meu bem querer.
Eu sempre quis um amor embrulhado com paz,
Que deixasse ser quem sou
que me entendesse mais
E me cobrasse menos.
Que numa cumplicidade eterna
Pudesse relevar as falhas que cada um tem.
Denise Portes
Que deixasse ser quem sou
que me entendesse mais
E me cobrasse menos.
Que numa cumplicidade eterna
Pudesse relevar as falhas que cada um tem.
Denise Portes
segunda-feira, 18 de dezembro de 2017
domingo, 17 de dezembro de 2017
Texto Júlia Portes
Eu queria poder escrever sobre aquela viagem pra Paraty
O dia em que a gente esteve lá e fez uma aula de yoga na cabana que você encontrou
Tudo isso seria mentira.
Estou limitada por aqueles encontros que tivemos em bares
Pela cerveja que era sempre da mesma marca
Por todas as vezes que na dúvida, você foi pela certeza
Eu tô limitada pelo nosso vocabulário pouco vasto - quer você concorde ou não - perto de todas as palavras da nossa língua sempre será limitado
Eu tô limitada pelo meio termo
Eu gostaria de escrever sobre aquela vez que você se levantou no meio da noite e propôs um mergulho na praia
E a gente foi
Porque eu dizia sim pra essas coisas
Só que seria mentira
As nossas aventuras tinham alto nível de análise e previsibilidade
Eu tô limitada pela sua inexistência na minha vida
Eu só uso a palavra "você", pois é mais poético escrever pra alguém
Parece que tudo fica mais interessante e curioso quando escrevemos coisas pra outra pessoa
Eu queria escrever sobre todas essas coisas que a gente acaba não fazendo em prol de seguir a rotina
E sobre tentar ter gratidão
E a importância de entender essa palavra que já tá bastante cafona igual a palavra cafona é cafona
Eu queria escrever sobre tudo que me constrange
Porque eu sei que são sobre essas coisas que se deve escrever
Mas eu só consigo falar que eu fui na padaria hoje e pedi 7 pães e o padeiro me perguntou se podiam ser 8 e eu ri e disse que sim e ele disse que não gosta do número 7, porque ele se lembra da copa do mundo.
Consigo falar sobre o chuveiro da minha casa ter uma boa ducha e a geladeira continuar congelando tudo
Ninguém sabe consertar
Não é fácil consertar coisas quebradas
Fica quebrando de novo
Eu consigo falar dessas frases com potencial metafórico
Mas será que escrever que a frase que eu escrevi tem potencial metafórico é acabar instantaneamente com a metáfora?
O dia em que a gente esteve lá e fez uma aula de yoga na cabana que você encontrou
Tudo isso seria mentira.
Estou limitada por aqueles encontros que tivemos em bares
Pela cerveja que era sempre da mesma marca
Por todas as vezes que na dúvida, você foi pela certeza
Eu tô limitada pelo nosso vocabulário pouco vasto - quer você concorde ou não - perto de todas as palavras da nossa língua sempre será limitado
Eu tô limitada pelo meio termo
Eu gostaria de escrever sobre aquela vez que você se levantou no meio da noite e propôs um mergulho na praia
E a gente foi
Porque eu dizia sim pra essas coisas
Só que seria mentira
As nossas aventuras tinham alto nível de análise e previsibilidade
Eu tô limitada pela sua inexistência na minha vida
Eu só uso a palavra "você", pois é mais poético escrever pra alguém
Parece que tudo fica mais interessante e curioso quando escrevemos coisas pra outra pessoa
Eu queria escrever sobre todas essas coisas que a gente acaba não fazendo em prol de seguir a rotina
E sobre tentar ter gratidão
E a importância de entender essa palavra que já tá bastante cafona igual a palavra cafona é cafona
Eu queria escrever sobre tudo que me constrange
Porque eu sei que são sobre essas coisas que se deve escrever
Mas eu só consigo falar que eu fui na padaria hoje e pedi 7 pães e o padeiro me perguntou se podiam ser 8 e eu ri e disse que sim e ele disse que não gosta do número 7, porque ele se lembra da copa do mundo.
Consigo falar sobre o chuveiro da minha casa ter uma boa ducha e a geladeira continuar congelando tudo
Ninguém sabe consertar
Não é fácil consertar coisas quebradas
Fica quebrando de novo
Eu consigo falar dessas frases com potencial metafórico
Mas será que escrever que a frase que eu escrevi tem potencial metafórico é acabar instantaneamente com a metáfora?
Júlia Portes
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sábado, 16 de dezembro de 2017
sexta-feira, 15 de dezembro de 2017
quinta-feira, 14 de dezembro de 2017
quarta-feira, 13 de dezembro de 2017
terça-feira, 12 de dezembro de 2017
segunda-feira, 11 de dezembro de 2017
domingo, 10 de dezembro de 2017
sábado, 9 de dezembro de 2017
sexta-feira, 8 de dezembro de 2017
quinta-feira, 7 de dezembro de 2017
quarta-feira, 6 de dezembro de 2017
terça-feira, 5 de dezembro de 2017
segunda-feira, 4 de dezembro de 2017
domingo, 3 de dezembro de 2017
sábado, 2 de dezembro de 2017
sexta-feira, 1 de dezembro de 2017
Texto Júlia Portes
Sonhei que eu parava de me importar
Com o jeito que as coisas iam se desenrolar
Eu entrava numa sala de jantar e
encontrava com uma Índia
Ela não era nem nova e nem velha
Ela estava Simplesmente lá
fora do tempo
Ela dizia que veio me presentear com o momento presente
Inquieta e bastante humana
Eu queria saber por que eu tava lá
Ela dizia que o importante é que ela ia me curar de mim
Os meus problemas eram o próprio eu
Mas que tudo ia passar
Que nos momentos difíceis eu deveria olhar pro meu sofá
Pro meu sofá? Eu perguntava
Ele vai te trazer pra sua sala, caso você esteja lá
Já Acordada
Na minha sala, eu estava
Sentei no sofá
Vi os quadros pintados pela minha mãe
Por falta de galerias que tenham verdadeiro bom gosto
Estamos expondo na nossa sala obras de arte
Aqui na minha sala tem girafas com gravatas de bolinhas
Seres voadores
Desenhos abstratos que quando olhados revelam figuras mais concretas
Como quando olhamos pras nuvens
Tem um céu no meio da minha sala
Se percebido com atenção
posso ver uma bruxa olhando pra ele com uma varinha na mão
Acho que a India tava me falando sobre a imaginação
Comecei a tentar romper com a academia mental que é o pensamento incessante
Bem ocidental
Reparei nas platinhas afogadas nas poças de água na calçada
nas gotas de chuva escorrendo dos ônibus
no relógio que tem no alto de um prédio na Nossa Senhora de Copacabana esquina com a Bolívar.
Tirei os fones de ouvido
compartilhando os sons da rua com quem tá na rua comigo.
Desafiei os momentos de espera
Eles se desmancharam em novas percepções na frente dos meus olhos.
Ganhei vários não saberes
Tô igual em país estrangeiro
Eu entrava numa sala de jantar e
encontrava com uma Índia
Ela não era nem nova e nem velha
Ela estava Simplesmente lá
fora do tempo
Ela dizia que veio me presentear com o momento presente
Inquieta e bastante humana
Eu queria saber por que eu tava lá
Ela dizia que o importante é que ela ia me curar de mim
Os meus problemas eram o próprio eu
Mas que tudo ia passar
Que nos momentos difíceis eu deveria olhar pro meu sofá
Pro meu sofá? Eu perguntava
Ele vai te trazer pra sua sala, caso você esteja lá
Já Acordada
Na minha sala, eu estava
Sentei no sofá
Vi os quadros pintados pela minha mãe
Por falta de galerias que tenham verdadeiro bom gosto
Estamos expondo na nossa sala obras de arte
Aqui na minha sala tem girafas com gravatas de bolinhas
Seres voadores
Desenhos abstratos que quando olhados revelam figuras mais concretas
Como quando olhamos pras nuvens
Tem um céu no meio da minha sala
Se percebido com atenção
posso ver uma bruxa olhando pra ele com uma varinha na mão
Acho que a India tava me falando sobre a imaginação
Comecei a tentar romper com a academia mental que é o pensamento incessante
Bem ocidental
Reparei nas platinhas afogadas nas poças de água na calçada
nas gotas de chuva escorrendo dos ônibus
no relógio que tem no alto de um prédio na Nossa Senhora de Copacabana esquina com a Bolívar.
Tirei os fones de ouvido
compartilhando os sons da rua com quem tá na rua comigo.
Desafiei os momentos de espera
Eles se desmancharam em novas percepções na frente dos meus olhos.
Ganhei vários não saberes
Tô igual em país estrangeiro
Júlia Portes
quinta-feira, 30 de novembro de 2017
quarta-feira, 29 de novembro de 2017
terça-feira, 28 de novembro de 2017
segunda-feira, 27 de novembro de 2017
domingo, 26 de novembro de 2017
sábado, 25 de novembro de 2017
sexta-feira, 24 de novembro de 2017
quinta-feira, 23 de novembro de 2017
quarta-feira, 22 de novembro de 2017
Texto Júlia Portes
Eu já comprei livros que não li
E alfaces que não comi
Não faço mais.
Agora, pego emprestado
A adrenalina de não devolver o alface disponibilizado, me faz comer
Antes que estrague
Antes que apodreça,
na prateleira,
Todas as letras inutilizadas pelos meus olhos,
Pelo meu medo de comer e emagrecer,
E assim, me encaixar em tudo que eu achava que era certo desmerecer.
Por insuficiência de livros lidos
Quem foi que inventou a quantidade certa?
Clarice, Henry ou Kundera?
Todos parados na minha estante comendo a alface temperada do hambúrguer de ontem.
E eu?
Fico com vertigem só de olhar para todos eles prestes a se jogar
Da ponta da estante,
Da geladeira,
que toda vez que eu abro eu penso que vão estragar
Os buquês de flores que meu pai me deu
Em cima da mesa
Meu pai, que com todas suas indelicadezas
Comprou flores
Pra gente comer juntos de sobremesa
Logo hoje, que me contaram que em alguma simbologia japonesa
Flor é filho
Quantas flores você imagina no meio do seu deserto?
Uma só.
Fica no alto da escada da minha casa
Que eu subo pra pegar a toalha
Que está mal guardada
Senão tivesse, eu não teria que subir na escada
Para achá- la
E lá vem você dizer que não
que o problema é a minha estatura
Que se eu fosse mais alta
Comeria a alface
A macarronada
Leria mais
porque subir na escada
É problema pra gente baixa
Se eu fosse longa, pegar a toalha
Seria coisa de benevolência executável
Para mim e pra você
Que menos que eu, tem 1,45 cm.
Você só comia rúcula
Enquanto o meu alface estragava geladeira que está com problema de congelar demais as coisas.
Se trocar uma peça, volta a funcionar.
No caso de gente, qual peça eu devo trocar?
Digo, no caso de congelar.
Você diz que não sabe e fica lá parado olhando pro celular.
E alfaces que não comi
Não faço mais.
Agora, pego emprestado
A adrenalina de não devolver o alface disponibilizado, me faz comer
Antes que estrague
Antes que apodreça,
na prateleira,
Todas as letras inutilizadas pelos meus olhos,
Pelo meu medo de comer e emagrecer,
E assim, me encaixar em tudo que eu achava que era certo desmerecer.
Por insuficiência de livros lidos
Quem foi que inventou a quantidade certa?
Clarice, Henry ou Kundera?
Todos parados na minha estante comendo a alface temperada do hambúrguer de ontem.
E eu?
Fico com vertigem só de olhar para todos eles prestes a se jogar
Da ponta da estante,
Da geladeira,
que toda vez que eu abro eu penso que vão estragar
Os buquês de flores que meu pai me deu
Em cima da mesa
Meu pai, que com todas suas indelicadezas
Comprou flores
Pra gente comer juntos de sobremesa
Logo hoje, que me contaram que em alguma simbologia japonesa
Flor é filho
Quantas flores você imagina no meio do seu deserto?
Uma só.
Fica no alto da escada da minha casa
Que eu subo pra pegar a toalha
Que está mal guardada
Senão tivesse, eu não teria que subir na escada
Para achá- la
E lá vem você dizer que não
que o problema é a minha estatura
Que se eu fosse mais alta
Comeria a alface
A macarronada
Leria mais
porque subir na escada
É problema pra gente baixa
Se eu fosse longa, pegar a toalha
Seria coisa de benevolência executável
Para mim e pra você
Que menos que eu, tem 1,45 cm.
Você só comia rúcula
Enquanto o meu alface estragava geladeira que está com problema de congelar demais as coisas.
Se trocar uma peça, volta a funcionar.
No caso de gente, qual peça eu devo trocar?
Digo, no caso de congelar.
Você diz que não sabe e fica lá parado olhando pro celular.
Tentativas de rima.
Júlia Portes
terça-feira, 21 de novembro de 2017
segunda-feira, 20 de novembro de 2017
Texto Júlia Portes
Eu já comprei livros que não li
E alfaces que não comi
Não faço mais.
Agora, pego emprestado
A adrenalina de não devolver o alface disponibilizado, me faz comer
Antes que estrague
Antes que apodreça,
na prateleira,
Todas as letras inutilizadas pelos meus olhos,
Pelo meu medo de comer e emagrecer,
E assim, me encaixar em tudo que eu achava que era certo desmerecer.
Por insuficiência de livros lidos
Quem foi que inventou a quantidade certa?
Clarice, Henry ou Kundera?
Todos parados na minha estante comendo a alface temperada do hambúrguer de ontem.
E eu?
Fico com vertigem só de olhar para todos eles prestes a se jogar
Da ponta da estante,
Da geladeira,
que toda vez que eu abro eu penso que vão estragar
Os buquês de flores que meu pai me deu
Em cima da mesa
Meu pai, que com todas suas indelicadezas
Comprou flores
Pra gente comer juntos de sobremesa
Logo hoje, que me contaram que em alguma simbologia japonesa
Flor é filho
Quantas flores você imagina no meio do seu deserto?
Uma só.
Fica no alto da escada da minha casa
Que eu subo pa pegar a toalha
Que está mal guardada
Senão tivesse, eu não teria que subir na escada
Para achá- la
E lá vem você dizer que não
que o problema é a minha estatura
Que se eu fosse mais alta
Comeria a alface
A macarronada
Leria mais
porque subir na escada
É problema pra gente baixa
Se eu fosse longa, pegar a toalha
Seria coisa de benevolência executável
Para mim e pra você
Que menos que eu, tem 1,45 cm.
Você só comia rúcula
Enquanto o meu alface estragava geladeira que está com problema de congelar demais as coisas.
Se trocar uma peça, volta a funcionar.
No caso de gente, qual peça eu devo trocar?
Digo, no caso de congelar.
Você diz que não sabe e fica lá parado olhando pro celular.
E alfaces que não comi
Não faço mais.
Agora, pego emprestado
A adrenalina de não devolver o alface disponibilizado, me faz comer
Antes que estrague
Antes que apodreça,
na prateleira,
Todas as letras inutilizadas pelos meus olhos,
Pelo meu medo de comer e emagrecer,
E assim, me encaixar em tudo que eu achava que era certo desmerecer.
Por insuficiência de livros lidos
Quem foi que inventou a quantidade certa?
Clarice, Henry ou Kundera?
Todos parados na minha estante comendo a alface temperada do hambúrguer de ontem.
E eu?
Fico com vertigem só de olhar para todos eles prestes a se jogar
Da ponta da estante,
Da geladeira,
que toda vez que eu abro eu penso que vão estragar
Os buquês de flores que meu pai me deu
Em cima da mesa
Meu pai, que com todas suas indelicadezas
Comprou flores
Pra gente comer juntos de sobremesa
Logo hoje, que me contaram que em alguma simbologia japonesa
Flor é filho
Quantas flores você imagina no meio do seu deserto?
Uma só.
Fica no alto da escada da minha casa
Que eu subo pa pegar a toalha
Que está mal guardada
Senão tivesse, eu não teria que subir na escada
Para achá- la
E lá vem você dizer que não
que o problema é a minha estatura
Que se eu fosse mais alta
Comeria a alface
A macarronada
Leria mais
porque subir na escada
É problema pra gente baixa
Se eu fosse longa, pegar a toalha
Seria coisa de benevolência executável
Para mim e pra você
Que menos que eu, tem 1,45 cm.
Você só comia rúcula
Enquanto o meu alface estragava geladeira que está com problema de congelar demais as coisas.
Se trocar uma peça, volta a funcionar.
No caso de gente, qual peça eu devo trocar?
Digo, no caso de congelar.
Você diz que não sabe e fica lá parado olhando pro celular.
Tentativas de rima.
Júlia Portes
domingo, 19 de novembro de 2017
sábado, 18 de novembro de 2017
Texto Júlia Portes
Eu escrevo para agora
não estar comendo, bebendo, fumando ou talvez brigando com gente na rua
Minha crueldade não foi treinada para ir além disso
Eu escrevo para transformar peninha de mim ou do resto mundo em alguma coisa que parte de mim acha que pode ser relevante
Mas eu venho duvidando
Duvidando de coisas boas e justas
Nesse momento, meu cachorro, a criatura mais meiga que conheço, chora.
Chora, pois já não consegue subir no sofá.
No meu sofá, eu tenho um sofá e isso é luxo.
Eu não queria um amor, eu queria que meus ex amores se saíssem melhor na vida. Eles poderiam criar um grupo no WhatsApp e combinar uma vaquinha pra me dar um sofá novo.
Meu cachorro destruiu meu sofá.
Eu não tenho os olhos tristes que os meus ex amores tem, eu tenho mais alegria no olhar.
Os olhares mudam ao longo da vida de uma mesma pessoa?
Pq os loucos falam tantas frases de cunho religioso?
Eu tenho acreditado que devemos simplificar frases para que todos possam falar a mesma língua
A favor da democratização da língua!
Tenho medo de frases de cunho político
Então, você pode levar isso como algo de cunho sexual.
Tenho medo de errar
Ofender
Discutir
Tô cansada dos assuntos
O silêncio que me habita deve estar animado com isso
Finja: nós dois numa mesa de bar e eu tiro uma lista de perguntas: Sobre o que podemos falar? - É o nome do questionário.
Poderíamos fazer metáforas sobre os corredores dos prédios
Ou sobre escadarias
Um poema de cimento
De óleo de cozinha
Eu aprendi a fazer risoto sem queijo e com arroz integral
Disseram que isso não é risoto
A Bela Gil disse que é.
Minha crueldade não foi treinada para ir além disso
Eu escrevo para transformar peninha de mim ou do resto mundo em alguma coisa que parte de mim acha que pode ser relevante
Mas eu venho duvidando
Duvidando de coisas boas e justas
Nesse momento, meu cachorro, a criatura mais meiga que conheço, chora.
Chora, pois já não consegue subir no sofá.
No meu sofá, eu tenho um sofá e isso é luxo.
Eu não queria um amor, eu queria que meus ex amores se saíssem melhor na vida. Eles poderiam criar um grupo no WhatsApp e combinar uma vaquinha pra me dar um sofá novo.
Meu cachorro destruiu meu sofá.
Eu não tenho os olhos tristes que os meus ex amores tem, eu tenho mais alegria no olhar.
Os olhares mudam ao longo da vida de uma mesma pessoa?
Pq os loucos falam tantas frases de cunho religioso?
Eu tenho acreditado que devemos simplificar frases para que todos possam falar a mesma língua
A favor da democratização da língua!
Tenho medo de frases de cunho político
Então, você pode levar isso como algo de cunho sexual.
Tenho medo de errar
Ofender
Discutir
Tô cansada dos assuntos
O silêncio que me habita deve estar animado com isso
Finja: nós dois numa mesa de bar e eu tiro uma lista de perguntas: Sobre o que podemos falar? - É o nome do questionário.
Poderíamos fazer metáforas sobre os corredores dos prédios
Ou sobre escadarias
Um poema de cimento
De óleo de cozinha
Eu aprendi a fazer risoto sem queijo e com arroz integral
Disseram que isso não é risoto
A Bela Gil disse que é.
Júlia Portes
sexta-feira, 17 de novembro de 2017
quinta-feira, 16 de novembro de 2017
quarta-feira, 15 de novembro de 2017
terça-feira, 14 de novembro de 2017
segunda-feira, 13 de novembro de 2017
domingo, 12 de novembro de 2017
sábado, 11 de novembro de 2017
sexta-feira, 10 de novembro de 2017
quinta-feira, 9 de novembro de 2017
quarta-feira, 8 de novembro de 2017
terça-feira, 7 de novembro de 2017
segunda-feira, 6 de novembro de 2017
domingo, 5 de novembro de 2017
Texto Júlia Portes
Isso não é uma
despedida
Eu queria te dizer um monte de coisas ofensivas, mas não dizia só pra garantir que aquele " Tchau" não seria pra sempre. Só pra garantir que existe alguma maneira de voltar atrás, mandar uma mensagem como se nada tivesse acontecido ou esbarrar um dia na rua e saber que ainda existe reticências suficientes pra gente tomar uma cerveja juntos
Isso não é um fracasso
Sobre os livros que não escrevi, as peças que não montei, os filmes que não fiz. Não seria possível, já que eu ainda sou projeto de pessoa, as coisas ainda estão pra acontecer .
Isso não é um sonho.
Nos sonhos existem imagens e aqui só tem palavras. É imagem que origina palavra ou palavra que origina imagem?
Também não é uma carta de nostalgia
De quando a vó ainda tava aqui pra costurar, a priminha mais nova nem pensava em existir e o vô ficava sentado no sofá.
Isso não é uma revolta
Mas poderia ser. Contra a flexibilização das noções do trabalho escravo, contra o arquivamento da acusações, contra o emenda tirando artes da grade obrigatória.
Isso não é uma declaração de amor.
( Pelo simples fato de que não te amo mais. Demorou, mas passou )
Nada disso é uma certeza.
Pois ninguém leu ainda e com o olhar de outra pessoa tudo pode mudar e coisas que eu nem imaginei passem a aparecer
Talvez alguém diga que isso é um texto que explica alguma obra, bem na entrada do lugar onde está exposta.
Ou uma junção de bilhetinhos trocados por duas amigas do ensino médio.
Alguém poderia ver uma data e um horário aqui e dizer que isso é uma passagem pra Austrália.
Ou uma fotografia.
Seria isso uma fotografia?
Esse texto é imagem?
Ou um pãozinho com meia colher de manteiga tartaruga e um café com leite com mais leite que café?
Essa opção seria no caso da pessoa que tá lendo não gostar muito de café, mas fingir, já que acha chique aceitar um café. ( pra conseguir engolir mistura com bastante leite ).
Isso poderia ser uma certidão de nascimento.
Leitor, Se você fosse contar sua vida pra alguém começaria do dia do seu nascimento?
Isso não é um cachorro.
Leitor, O que tem mais importância o seu passado ou seu cachorro?
São reticências.
Eu queria te dizer um monte de coisas ofensivas, mas não dizia só pra garantir que aquele " Tchau" não seria pra sempre. Só pra garantir que existe alguma maneira de voltar atrás, mandar uma mensagem como se nada tivesse acontecido ou esbarrar um dia na rua e saber que ainda existe reticências suficientes pra gente tomar uma cerveja juntos
Isso não é um fracasso
Sobre os livros que não escrevi, as peças que não montei, os filmes que não fiz. Não seria possível, já que eu ainda sou projeto de pessoa, as coisas ainda estão pra acontecer .
Isso não é um sonho.
Nos sonhos existem imagens e aqui só tem palavras. É imagem que origina palavra ou palavra que origina imagem?
Também não é uma carta de nostalgia
De quando a vó ainda tava aqui pra costurar, a priminha mais nova nem pensava em existir e o vô ficava sentado no sofá.
Isso não é uma revolta
Mas poderia ser. Contra a flexibilização das noções do trabalho escravo, contra o arquivamento da acusações, contra o emenda tirando artes da grade obrigatória.
Isso não é uma declaração de amor.
( Pelo simples fato de que não te amo mais. Demorou, mas passou )
Nada disso é uma certeza.
Pois ninguém leu ainda e com o olhar de outra pessoa tudo pode mudar e coisas que eu nem imaginei passem a aparecer
Talvez alguém diga que isso é um texto que explica alguma obra, bem na entrada do lugar onde está exposta.
Ou uma junção de bilhetinhos trocados por duas amigas do ensino médio.
Alguém poderia ver uma data e um horário aqui e dizer que isso é uma passagem pra Austrália.
Ou uma fotografia.
Seria isso uma fotografia?
Esse texto é imagem?
Ou um pãozinho com meia colher de manteiga tartaruga e um café com leite com mais leite que café?
Essa opção seria no caso da pessoa que tá lendo não gostar muito de café, mas fingir, já que acha chique aceitar um café. ( pra conseguir engolir mistura com bastante leite ).
Isso poderia ser uma certidão de nascimento.
Leitor, Se você fosse contar sua vida pra alguém começaria do dia do seu nascimento?
Isso não é um cachorro.
Leitor, O que tem mais importância o seu passado ou seu cachorro?
São reticências.
Júlia Portes
sábado, 4 de novembro de 2017
quinta-feira, 2 de novembro de 2017
quarta-feira, 1 de novembro de 2017
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segunda-feira, 23 de outubro de 2017
domingo, 22 de outubro de 2017
"É sobre você também ". Crítica
"A peça é uma tragicomédia em
que a atriz/personagem convida o público a acompanhar de perto a trajetória de
uma moça que chega ao local de seu casamento vestida de noiva pra dizer aos
convidados que não vai mais se casar. Só que os convidados não estão lá, então,
ela resolve explicar sua situação para os desconhecidos que ali se encontram. A
gente vai percebendo que o problema não é só o noivo, há um pai também..."
Extraído do release que me foi enviado, o trecho acima sintetiza o contexto em que se dá "É sobre você também", de autoria de Julia Portes, que também interpreta a personagem. Fernanda Alice assina a direção do espetáculo, que conta com supervisão de direção de Maitê Proença. Após estar em cartaz por três meses na Casa do Rio, a montagem será apresentada pela última vez - ao menos nesse espaço - na próxima sexta-feira, às 21h.
Em função do explicitado no parágrafo inicial, a noiva em questão decide não mais se casar e mesmo estando diante de desconhecidos, resolve contar um pouco de sua história. No entanto, praticamente desde o começo da peça, tive a sensação de que estava diante de uma jovem que já morrera - bem mais adiante, é narrada uma passagem em que a protagonista pergunta à plateia o que ela faria em seus dois últimos minutos de vida, caso estivesse sob as rodas de um ônibus. Em meu entendimento, a jovem cometeu suicídio. E se isso de fato ocorreu, tudo que nos é narrado e vivido ganha uma outra dimensão, que tentarei esclarecer em seguida.
Se tudo acontecesse apenas em função de um, digamos, golpe teatral - a substituição dos convidados pelos espectadores -, tenho a impressão de que a atriz/personagem não contaria o que nos conta da forma como o faz, alternando a mais absoluta coloquialidade com tonalidades vocais impregnadas de estranhamento. E também não agiria impondo ao seu corpo alternâncias semelhantes - em muitos momentos, a serenidade física é substituída por imprevistas danças, movimentos espasmódicos e também por um gestual lento e preciso, que materializa no espaço ideias que talvez não fossem tão contundentes se expressas através de palavras.
Continuando na mesma linha de tentar entender o que não é explicitado, há uma passagem a princípio obscura, mas que para mim foi claríssima. A personagem nos conta que, em certa ocasião, dormia no quarto dos pais, ao lado da cama deles. De repente, a mãe salta da cama e se tranca num quarto adjacente. A menina, antes de correr atrás dela, sente cair sobre si uma espécie de cuspe. Mas teria sido realmente uma espécie de cuspe? Entendi essa passagem como se a mãe tivesse assassinado o marido, e o que a menina sentiu cair sobre si foi o sangue do pai.
Isto posto, e mesmo que tenha me enganado completamente tanto no que diz respeito ao fato de a jovem estar morta, quanto ao assassinato do pai - e se enganos cometi, por eles me desculpo - o que importa ressaltar é que o texto contém pertinentes reflexões sobre o amor, o machismo, a vida e as escolhas que fazemos, cabendo também ressaltar que eventuais momentos de solidão não constituem necessariamente nenhuma tragédia.
Quanto à montagem, Fernanda Alice impõe à cena uma dinâmica em total sintonia com o material dramatúrgico - marcações criativas, imprevistas, não raro possuidoras de grande expressividade e sempre investindo em uma proposta rítmica que gera no espectador um estado de permanente suspensão.
Quanto a Julia Portes, a jovem atriz foi para mim uma gratíssima revelação. Possuidora de ótima voz, excelente preparo corporal, grande carisma e inegável inteligência cênica, a atriz reúne todas as condições para construir uma belíssima trajetória profissional, e neste sentido solicito que os sempre caprichosos Deuses do Teatro a abençoem.
Na equipe técnica, parabenizo com o mesmo entusiasmo as preciosas colaborações de Maitê Proença, Patrick Sampaio (provocador convidado), Ty Prieto (artes visuais) e Katerina Amsler (adereços cênicos).
É SOBRE VOCÊ TAMBÉM - Texto e atuação de Julia Portes. Direção de Fernanda Alice. Supervisão de direção de Maitê Proença. Casa do Rio - Sexta-feira, 21h.
Extraído do release que me foi enviado, o trecho acima sintetiza o contexto em que se dá "É sobre você também", de autoria de Julia Portes, que também interpreta a personagem. Fernanda Alice assina a direção do espetáculo, que conta com supervisão de direção de Maitê Proença. Após estar em cartaz por três meses na Casa do Rio, a montagem será apresentada pela última vez - ao menos nesse espaço - na próxima sexta-feira, às 21h.
Em função do explicitado no parágrafo inicial, a noiva em questão decide não mais se casar e mesmo estando diante de desconhecidos, resolve contar um pouco de sua história. No entanto, praticamente desde o começo da peça, tive a sensação de que estava diante de uma jovem que já morrera - bem mais adiante, é narrada uma passagem em que a protagonista pergunta à plateia o que ela faria em seus dois últimos minutos de vida, caso estivesse sob as rodas de um ônibus. Em meu entendimento, a jovem cometeu suicídio. E se isso de fato ocorreu, tudo que nos é narrado e vivido ganha uma outra dimensão, que tentarei esclarecer em seguida.
Se tudo acontecesse apenas em função de um, digamos, golpe teatral - a substituição dos convidados pelos espectadores -, tenho a impressão de que a atriz/personagem não contaria o que nos conta da forma como o faz, alternando a mais absoluta coloquialidade com tonalidades vocais impregnadas de estranhamento. E também não agiria impondo ao seu corpo alternâncias semelhantes - em muitos momentos, a serenidade física é substituída por imprevistas danças, movimentos espasmódicos e também por um gestual lento e preciso, que materializa no espaço ideias que talvez não fossem tão contundentes se expressas através de palavras.
Continuando na mesma linha de tentar entender o que não é explicitado, há uma passagem a princípio obscura, mas que para mim foi claríssima. A personagem nos conta que, em certa ocasião, dormia no quarto dos pais, ao lado da cama deles. De repente, a mãe salta da cama e se tranca num quarto adjacente. A menina, antes de correr atrás dela, sente cair sobre si uma espécie de cuspe. Mas teria sido realmente uma espécie de cuspe? Entendi essa passagem como se a mãe tivesse assassinado o marido, e o que a menina sentiu cair sobre si foi o sangue do pai.
Isto posto, e mesmo que tenha me enganado completamente tanto no que diz respeito ao fato de a jovem estar morta, quanto ao assassinato do pai - e se enganos cometi, por eles me desculpo - o que importa ressaltar é que o texto contém pertinentes reflexões sobre o amor, o machismo, a vida e as escolhas que fazemos, cabendo também ressaltar que eventuais momentos de solidão não constituem necessariamente nenhuma tragédia.
Quanto à montagem, Fernanda Alice impõe à cena uma dinâmica em total sintonia com o material dramatúrgico - marcações criativas, imprevistas, não raro possuidoras de grande expressividade e sempre investindo em uma proposta rítmica que gera no espectador um estado de permanente suspensão.
Quanto a Julia Portes, a jovem atriz foi para mim uma gratíssima revelação. Possuidora de ótima voz, excelente preparo corporal, grande carisma e inegável inteligência cênica, a atriz reúne todas as condições para construir uma belíssima trajetória profissional, e neste sentido solicito que os sempre caprichosos Deuses do Teatro a abençoem.
Na equipe técnica, parabenizo com o mesmo entusiasmo as preciosas colaborações de Maitê Proença, Patrick Sampaio (provocador convidado), Ty Prieto (artes visuais) e Katerina Amsler (adereços cênicos).
É SOBRE VOCÊ TAMBÉM - Texto e atuação de Julia Portes. Direção de Fernanda Alice. Supervisão de direção de Maitê Proença. Casa do Rio - Sexta-feira, 21h.
Lionel
Fischer
sexta-feira, 20 de outubro de 2017
quinta-feira, 19 de outubro de 2017
quarta-feira, 18 de outubro de 2017
terça-feira, 17 de outubro de 2017
segunda-feira, 16 de outubro de 2017
Texto Júlia Portes
Eu quero entrar em um
ônibus e ouvir uma conversa de um casal atrás de mim que explique todas as
minhas dúvidas, pra ver se assim eu posso começar a ter novas dúvidas
Depois, eu vou no arpoador e tiro uma foto. Não será uma selfie, mas eu estarei na foto, com as mesmas dúvidas - não tinha nenhum casal esclarecedor atrás de mim e eu vim de metrô. Estou alguns minutos mais antiga, porque a gente tá sempre ficando mais antigo mesmo. Depois, eu chego no seu prédio, aperto o sétimo andar. Nunca achei sua cara morar no sétimo andar. Você tem cara de quinto. Chego em casa e te falo que não vou mais voltar. Eu vim pra dizer que não venho mais. Eu lembro que essa frase vem me acompanhando e que eu nunca comprei uma bola. Eu pego o elevador. Você diz pra eu não ir embora e o elevador não chega. Deve ser aquelas duas senhoras do terceiro andar que sempre ficam conversando e segurando a porta. Eu acho que, no fundo, elas não gostam de conversar e deve ser por isso que seguram a porta, é o corpo dizendo que quer ir embora. O que quer dizer eu na sua casa dizendo que vou embora, não indo embora e o elevador não chegando? Meus poucos anos de terapia dizem que isso quer dizer alguma coisa. O elevador desce. Por quê? Será que antes de eu chamar já tinham chamado lá no P? Eu não aguento mais pensar nas explicações dos detalhes que acontecem na minha vida. Você pode por favor lavar o prato mais rápido? Por que quando eu aperto 1 pra entrar no now demora alguns segundos? Por que construir o sistema, os eletrodomésticos, os bancos pra funcionarem contra a gente? Por favor, esteja do meu lado, eu disse pra ele. O elevador começa a subir e eu começo a pensar em todas as razões pelas quais eu ainda poderia ficar. Não encontro. Não ter coragem de ir embora já não é o suficiente? Vim pra dizer que não venho mais. É coragem ou auto sabotagem? Tem alguma relação essas duas palavras terminarem com "agem"?
Tem alguma relação na nossa relação?
O elevador chega no quinto e eu ouço as vizinhas conversando. Mas se o elevador desceu antes de subir, por que elas estão subindo de novo?
Eu choro, você se irrita. Eu choro mais. Você não diz pra eu ficar. Eu penso que a minha vida é boa e que você não gosta da palavra boa. Eu penso que eu quero que você se foda. Vai se fuder, eu digo. Mas eu gosto tanto de você, eu digo. Eu fico, se você quiser, eu digo. O elevador chega. As vizinhas não estão lá. Eu num ato dramático de filme ruim, solto a porta, te beijo. Ficamos de bem. A gente desce pra comprar uma bola e guardar no armário.
Depois, eu vou no arpoador e tiro uma foto. Não será uma selfie, mas eu estarei na foto, com as mesmas dúvidas - não tinha nenhum casal esclarecedor atrás de mim e eu vim de metrô. Estou alguns minutos mais antiga, porque a gente tá sempre ficando mais antigo mesmo. Depois, eu chego no seu prédio, aperto o sétimo andar. Nunca achei sua cara morar no sétimo andar. Você tem cara de quinto. Chego em casa e te falo que não vou mais voltar. Eu vim pra dizer que não venho mais. Eu lembro que essa frase vem me acompanhando e que eu nunca comprei uma bola. Eu pego o elevador. Você diz pra eu não ir embora e o elevador não chega. Deve ser aquelas duas senhoras do terceiro andar que sempre ficam conversando e segurando a porta. Eu acho que, no fundo, elas não gostam de conversar e deve ser por isso que seguram a porta, é o corpo dizendo que quer ir embora. O que quer dizer eu na sua casa dizendo que vou embora, não indo embora e o elevador não chegando? Meus poucos anos de terapia dizem que isso quer dizer alguma coisa. O elevador desce. Por quê? Será que antes de eu chamar já tinham chamado lá no P? Eu não aguento mais pensar nas explicações dos detalhes que acontecem na minha vida. Você pode por favor lavar o prato mais rápido? Por que quando eu aperto 1 pra entrar no now demora alguns segundos? Por que construir o sistema, os eletrodomésticos, os bancos pra funcionarem contra a gente? Por favor, esteja do meu lado, eu disse pra ele. O elevador começa a subir e eu começo a pensar em todas as razões pelas quais eu ainda poderia ficar. Não encontro. Não ter coragem de ir embora já não é o suficiente? Vim pra dizer que não venho mais. É coragem ou auto sabotagem? Tem alguma relação essas duas palavras terminarem com "agem"?
Tem alguma relação na nossa relação?
O elevador chega no quinto e eu ouço as vizinhas conversando. Mas se o elevador desceu antes de subir, por que elas estão subindo de novo?
Eu choro, você se irrita. Eu choro mais. Você não diz pra eu ficar. Eu penso que a minha vida é boa e que você não gosta da palavra boa. Eu penso que eu quero que você se foda. Vai se fuder, eu digo. Mas eu gosto tanto de você, eu digo. Eu fico, se você quiser, eu digo. O elevador chega. As vizinhas não estão lá. Eu num ato dramático de filme ruim, solto a porta, te beijo. Ficamos de bem. A gente desce pra comprar uma bola e guardar no armário.
Júlia Portes
sábado, 14 de outubro de 2017
sexta-feira, 13 de outubro de 2017
quinta-feira, 12 de outubro de 2017
quarta-feira, 11 de outubro de 2017
terça-feira, 10 de outubro de 2017
Essa coisa que a gente não sabe o que é, mas desconfia.
As meninas que escreveram e vão estrear juntas
a peça "Essa coisa que a gente não sabe o que é, mas desconfia"
Teatro Municipal Café Pequeno no Leblon, estreia dia 10 de outubro, toda
terça-feira, às 22 horas. Você nem desconfia o que elas construíram, não
percam.
segunda-feira, 9 de outubro de 2017
domingo, 8 de outubro de 2017
Reflexão
É tempo de recolhimento, de examinar o vivido e
melhorar o que não deu certo.
Denise Portes
Denise Portes
sábado, 7 de outubro de 2017
Certeza
Se tudo que quero e penso vai se tornando distante do
que você quer e pensa, talvez não valha a pena tentar.
Denise Portes
sexta-feira, 6 de outubro de 2017
quinta-feira, 5 de outubro de 2017
quarta-feira, 4 de outubro de 2017
terça-feira, 3 de outubro de 2017
segunda-feira, 2 de outubro de 2017
sábado, 30 de setembro de 2017
Lamento.
Sempre que algo ou alguém não dá certo em minha vida
eu lamento e resmungo: Que pena, que pena...
Denise Portes
Denise Portes
sexta-feira, 29 de setembro de 2017
quinta-feira, 28 de setembro de 2017
quarta-feira, 27 de setembro de 2017
terça-feira, 26 de setembro de 2017
segunda-feira, 25 de setembro de 2017
domingo, 24 de setembro de 2017
sábado, 23 de setembro de 2017
sexta-feira, 22 de setembro de 2017
Feliz aniversário.
Hoje o dia é dela, 22
anos, ai, ai! Que idade deliciosa! A vida adulta acontecendo e os sonhos
costurando esperanças e conflitos. Minha virginiana com ascendente em touro e
lua em virgem, quanta responsabilidade. Bem me disse à astróloga que eu ia
parir um espírito velho e responsável por sua existência. Focada em seus
objetivos, responsável nas suas escolhas, amiga dos amigos, boa ouvinte, boa
filha e a melhor companheira que eu poderia ter na vida. Quem a conhece sabe
que estou falando a verdade. Você é
a luz que ilumina o meu caminho, você é o amor que a vida me deu de presente.
Nós duas juntas é sempre como se a vida fosse um parque de diversões, nós
vibramos e torcemos uma pela outra. Com direito a trem fantasma, nossas
desavenças. Montanha russa, nossos, baixos, gritos. Mas o cotidiano é de
algodão doce e maçã do amor, carrinho de batida e carrossel. Fotos, sorrisos,
passeios, gargalhadas e cumplicidade. Eu não poderia ter ninguém melhor. Quem
nos conhece sabe que estou falando a verdade. Minha atriz, escritora, diretora,
produtora... Bravo, você está arrebentando na peça “É sobre você também”. Eu me
encho de orgulho quando as pessoas vêm me dizer: Como ela é boa atriz! Sim,
você está construindo o seu caminho e sua profissão com delicadeza, carinho e responsabilidade.
Que os deuses da arte e do teatro te abençoem. Feliz aniversário meu amor, que
a vida abra os braços para a realização dos seus sonhos, você merece todas as
alegrias. Saúde, amor, paz e um dia lindo para você. Te amo.
quinta-feira, 21 de setembro de 2017
quarta-feira, 20 de setembro de 2017
terça-feira, 19 de setembro de 2017
segunda-feira, 18 de setembro de 2017
domingo, 17 de setembro de 2017
sábado, 16 de setembro de 2017
sexta-feira, 15 de setembro de 2017
quinta-feira, 14 de setembro de 2017
Mutação
O que se perde e o que se ganha quando se descobre
novos caminhos e novas possibilidades. São muitos os vazios no processo de
transformação.
Denise Portes
quarta-feira, 13 de setembro de 2017
terça-feira, 12 de setembro de 2017
segunda-feira, 11 de setembro de 2017
domingo, 10 de setembro de 2017
sábado, 9 de setembro de 2017
sexta-feira, 8 de setembro de 2017
quinta-feira, 7 de setembro de 2017
quarta-feira, 6 de setembro de 2017
terça-feira, 5 de setembro de 2017
segunda-feira, 4 de setembro de 2017
domingo, 3 de setembro de 2017
sábado, 2 de setembro de 2017
sexta-feira, 1 de setembro de 2017
quinta-feira, 31 de agosto de 2017
quarta-feira, 30 de agosto de 2017
terça-feira, 29 de agosto de 2017
segunda-feira, 28 de agosto de 2017
domingo, 27 de agosto de 2017
sábado, 26 de agosto de 2017
Crítica de Teatro: “ É Sobre Você também”
Está em cartaz na CASA RIO, o monólogo intitulado “É sobre Você Também” texto e atuação de Júlia Portes, sob a direção de Fernanda Alice , com a supervisão de Maitê Proença desde 29/07 devendo prosseguir até 20/08/2017.
Nada melhor para a avaliação de um artista do que um monólogo, onde todas as atenções concentram-se na figura do ator/atriz e onde o texto só poderá decolar se a atuação for bem conduzida e conseguir uma empatia com a plateia que sem dúvida exercerá cumplicidade em todos os momentos da peça, que a partir daí deixa de ser um monólogo. E isso acontece espontaneamente em “É sobre você também” , pois na medida em que Júlia vai desabrochando sua arte ímpar e sua monstruosidade gigante num corpinho de menina ela se transfigura em mulher e rasga um vestido de noiva, enfrenta um casamento , uma relação de pai e filha no mais destemido estilo Freudiano e sem que ninguém perceba mistura-se à plateia como uma pequena retirante comendo alface, acelga ou rúcula (não importa) no mais profundo momento da peça onde todos nós percebemos que o tratado do palco é sobre nós TAMBEM. E como que comovidos sentimos o desejo de coloca-la no colo e dividir seu prato de rúcula hidropônica parte a parte. Mas não dá , porque repentinamente ela nos sintoniza com a realidade gritante da prisão/ casamento que acaba de se libertar antes mesmo de se render e descola os dramas da relação pai e filha citando um momento marcante de sua infância , aquelas situações comuns aos casamentos estabelecidos que culminam na ameaça de violência que mesmo não consumada, tem o papel de um verdadeiro míssil cuja presença faz tremer nações poderosas , mesmo quando não atirado diretamente.
Julia nos brinda com momentos deliciosos e profundos como quando revela o desejo de seu pai de que fosse sempre melhor, e ela questiona se melhor do que os outros ou melhor do que ela mesma? Difícil responder.
A peça é sobre todos nós, e surpreende pela beleza e profundidade do texto, pelo humor refinado que flui na majestosa interpretação de Julia Portes confirmando a inesgotável e insubstituível expressão: “Nasce uma estrela”
Ademir
Cunha (07 de agosto de 2017)
sexta-feira, 25 de agosto de 2017
Seres divinos.
Onde os medos nascem, por onde escondem as entranhas
dos nossos traumas? Em que momento da vida alguém que você considerava tão incrível
desdenhou da sua capacidade e enfraqueceu suas metas? É nesse lugar que
precisamos procurar, desse ponto que precisamos descobrir e partir, para passar
acreditar que somos realmente seres divinos.
Denise Portes
Paz.
Eu já nem sabia que podia ter a tranquilidade que eu
encontrei depois de tantos anos embolada em minhas crenças do eterno. Bendita
seja a vida que nos surpreende quando pensamos que só existe um caminho.
Denise Portes
quinta-feira, 24 de agosto de 2017
Sobre as palavras e o poeta.
Corre, procura entre os poemas, nos versos, nas
frases soltas das poesias algo que transmita o seu sentir. A salvação dos
poetas está nas palavras não ditas ou ditas de outra forma e transmitidas
conforme o seu sentir.
Denise Portes
quarta-feira, 23 de agosto de 2017
terça-feira, 22 de agosto de 2017
segunda-feira, 21 de agosto de 2017
domingo, 20 de agosto de 2017
Paz.
“Muito além da
felicidade e da infelicidade existe a paz. A felicidade depende de
circunstâncias positivas, a paz interior não”.
sábado, 19 de agosto de 2017
Prece.
"Às vezes é preciso silenciar a mente, pra entender o que o coração quer
da gente.
não é sempre que sabemos ir embora, e
também não vai ser hoje que vamos aprender a ficar.
a gente já sabe que tudo nessa vida
carece de tempo.
até as despedidas.
por isso, não apresse o prazo das
voltas, nem prolongue a hora do adeus.
entrega teu coração ao caminho.
coloca ele na frente e encontra a fé no que cê acredita.
deixa que o amor guie teu passo.
ouve, no silêncio aí de dentro, o que
sua alma tem a dizer.
e nunca, em hipótese alguma, desista:
de sorrir, de confiar, de encontrar sua direção.
que a gente aprende com a alegria e
com a dor, não tem jeito.
e destino da gente é arisco, não cabe
ao corpo controlar.
mas cabe ao peito sossegar o pranto.
e ir em frente!
pensamento quieto, coração tranquilo.
que as coisas se ajeitam. uma hora ou
outra, a gente toma forma de novo.
e volta a ser o que a gente era.
com um pouco mais de marca, um pouco
mais de cicatriz.
mas naquela certeza meio frágil de
que a gente vai sempre até o lugar certo,
quando entende que prece é canto, que
vem do silêncio do coração".
Parte superior do
formulário
sexta-feira, 18 de agosto de 2017
quinta-feira, 17 de agosto de 2017
Medo.
Uma paciente de nove
anos chegou ao consultório ontem para extrair dois dentes de leite que estavam
atrapalhando o permanente de nascer. Resolvi não colocar a minha roupa branca e
atende-la com minha roupa comum, apenas um jaleco por cima. Pedi que ela entrasse
sozinha na sala e a acompanhante esperasse na sala de espera. Ela é minha
paciente há seis anos. Falei que queria ter uma conversa de amiga com ela, pois
ela tem muito medo de dentista e sempre chora quando precisamos fazer um
procedimento mais complicado. Conversamos sobre ter medo. Ela me confessou ter
medo de abelha e de dentista, sobre as abelhas é porque ela já foi picada por
uma e doeu muito e sobre dentista ela não sabe. Eu contei a ela que eu por
vinte anos tive medo de fantasma e fiquei muito triste quando descobri que esse
medo me impediu de várias coisas e que os fantasmas só existiam na minha cabeça
e que eu nunca vi nenhum. Perguntei se ela tinha religião e ela disse que não.
Falei que ela tem muito poder na mente e que ela usasse esse poder para
espantar o medo. Dei a ela uma pulseira de contas lilás e uma medalhinha de
Cosme Damião que enfeita a pulseira que eu mesma fiz. Expliquei que essa é uma
pulseira da coragem e que isso ia ajudá-la a ser forte durante a extração.
Chamei a acompanhante que ficou encantada com a pulseira e que disse ser devota
de Cosme Damião e a paciente disse que a cor preferida dela era lilás, a cor da
pulseira.
Quantas “coincidências”! O procedimento foi um sucesso e a criança corajosa não derramou uma lágrima. Abraçadas e emocionadas nos despedimos no final da consulta, quando ela estava saindo eu falei para ela cuidar da pulseirinha e ela respondeu: Nunca mais eu vou tirar a pulseira da coragem, mal sabe ela que quem aprendeu e ganhou mais coragem com essa história fui eu. Viva as crianças que são nossa luz neste mundo de ilusão.
Quantas “coincidências”! O procedimento foi um sucesso e a criança corajosa não derramou uma lágrima. Abraçadas e emocionadas nos despedimos no final da consulta, quando ela estava saindo eu falei para ela cuidar da pulseirinha e ela respondeu: Nunca mais eu vou tirar a pulseira da coragem, mal sabe ela que quem aprendeu e ganhou mais coragem com essa história fui eu. Viva as crianças que são nossa luz neste mundo de ilusão.
Denise Portes
quarta-feira, 16 de agosto de 2017
terça-feira, 15 de agosto de 2017
Estranho...
Todas as vezes que eu me deparo com as suas
esquisitices eu tenho vontade de desistir de você e me salvar das minhas
estranhas escolhas.
Denise Portes
segunda-feira, 14 de agosto de 2017
domingo, 13 de agosto de 2017
Dia dos pais.
As datas sempre vão mexer neste baú de
sentimentos onde as saudades e as dores se misturam, mas nunca vai vencer a alegria
dos momentos felizes que compartilhamos e nem o aprendizado que ficou. Para mim
meu pai, você está no meu olhar e eu te sinto nos mínimos detalhes,
principalmente pela forma como você me ensinou a caminhar pelo mundo.... Eu te
agradeço eternamente todo esse amor. Meu querido, meu velho, meu amigo.
Denise Portes
Denise Portes
sábado, 12 de agosto de 2017
sexta-feira, 11 de agosto de 2017
quinta-feira, 10 de agosto de 2017
quarta-feira, 9 de agosto de 2017
Sobre nós.
Eu não quero falar de
mim para você, eu quero que você me traduza e me aceite, ou me deixe partir.
Denise Portes
terça-feira, 8 de agosto de 2017
segunda-feira, 7 de agosto de 2017
Proteção
Eu tenho me conectado com tudo que vale a pena e
pedindo proteção para não me envolver com nada e nem ninguém que vá atrasar o
meu crescimento.
Denise Portes
domingo, 6 de agosto de 2017
sábado, 5 de agosto de 2017
Sobre a solidão.
"Quando a gente abraça a solidão
com um pouco mais de calma, ela perde toda sua grandeza e se transforma em
palavra simples, que canto agora" :
"Encontra na sua solitude, a paz que dança
no seu coração"
sexta-feira, 4 de agosto de 2017
Tipo assim...
“Em tempos de sutileza,
a gente aprende que palavras são cheias de possibilidades.
Que laços são formas de abraço.
E que olhares são caminhos com profundidades desmedidas.
a gente aprende que palavras são cheias de possibilidades.
Que laços são formas de abraço.
E que olhares são caminhos com profundidades desmedidas.
Em tempos de sutileza,
a gente descobre que ir ao começo das coisas já é chegar ao fundo.
E que a saudade é quando a gente sente a presença do outro, não a falta.
a gente descobre que ir ao começo das coisas já é chegar ao fundo.
E que a saudade é quando a gente sente a presença do outro, não a falta.
Em tempos de sutileza,
a gente entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo.
Que sonhos bem regados brotam pra fora da gente.
E que felicidade não é tamanho, mas sim intensidade “.
a gente entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo.
Que sonhos bem regados brotam pra fora da gente.
E que felicidade não é tamanho, mas sim intensidade “.
quinta-feira, 3 de agosto de 2017
Mudando a direção.
Tem um nó dentro de mim, muitas vozes me deixam
confusa. Acredito que todos os momentos são transformadores, mas
alguns são para mudar a direção e acreditar neles transforma as escolhas.
Denise Portes
quarta-feira, 2 de agosto de 2017
Sobre mentir.
A mentira só é um bom caminho para contar ao outro que não quer saber a verdade.
Denise Portes
terça-feira, 1 de agosto de 2017
Reflexão.
Engraçado o poeta que não quer falar de amor, o que é
poesia sem entender desse frescor?
Denise Portes
segunda-feira, 31 de julho de 2017
O amoroso esquecimento
Eu, agora
- que desfecho!
Já nem penso mais em ti...
Mas será que nunca deixo
De lembrar que te esqueci?
Já nem penso mais em ti...
Mas será que nunca deixo
De lembrar que te esqueci?
domingo, 30 de julho de 2017
Surpresa
Conseguir mudar, naquela
época da vida que você acha que nada mais vai acontecer, também é transformador. Tudo pode mudar para muito
melhor.
Denise Portes
sábado, 29 de julho de 2017
Quando o amor acontece...
Encontrar pessoas e se
relacionar com elas é uma arte de fazer amigos, mas amar, apaixonar-se, dividir
o coração com alguém que você quer estar... Bom, isso é uma outra história. É
tirar a sorte grande na vida.
Denise Portes
sexta-feira, 28 de julho de 2017
Da felicidade...
Quantas vezes a gente, em busca da ventura,
Procede tal e qual o avozinho infeliz:
Em vão, por toda parte, os óculos procura
Tendo-os na ponta do nariz!
Procede tal e qual o avozinho infeliz:
Em vão, por toda parte, os óculos procura
Tendo-os na ponta do nariz!
Mario Quintana
quinta-feira, 27 de julho de 2017
Não é?
A arte de
viver é simplesmente a arte de conviver... simplesmente, disse eu? Mas como é
difícil!
Mario Quintana
quarta-feira, 26 de julho de 2017
terça-feira, 25 de julho de 2017
Interrogação.
Quem sabe se eu me reinventar todos os dias pode
tornar tudo ao meu redor muito mais interessante?
Denise Portes
Denise Portes
segunda-feira, 24 de julho de 2017
domingo, 23 de julho de 2017
Ideal
Meu ideal seria escrever uma
frase tão bonita que todas as demais palavras ao redor tivessem vontade de
fazer parte dela.
Meu ideal seria escrever uma inspiração que
vivesse de braços dados comigo e não falhasse quando a minha vontade fosse de
preencher uma folha em branco.
Meu ideal seria escrever uma vontade de
lapidar uma palavra nova. Uma palavra que virasse um presente pra que eu
pudesse entregar.
Palavra de ser feliz.
Jaya Magalhães
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