sábado, 30 de junho de 2018

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quarta-feira, 20 de junho de 2018

terça-feira, 19 de junho de 2018

segunda-feira, 18 de junho de 2018

domingo, 17 de junho de 2018

Texto Júlia Portes

Eu tô sentada em um sofá que não é da minha casa e tem um quadro de montanhas na minha frente, eu as vejo, as outras pessoas não sei.
Me transporto pra dentro do quadro e sinto o vento batendo no rosto, o gramado e as mãos dadas com outras mãos.
Uma festa acontece ao meu redor e eu abro aquele livro que você me deu de presente, você não comprou pra mim, mas indicou e livro bem indicado é presente grande.
Eu li 111 vezes assim como você disse que seria, e agora tá inteirinho sublinhado.
Quando a gente sublinha todas as palavras a importância se perde ou se multiplica?
Abro numa página qualquer 
Todas as pessoas tem o mistério do quadro de Monalisa. Essa é a frase anotada.
Tem tanta gente ao meu redor agora e a música é boa, as palavras tocam instrumentos e me dá vontade de ler um texto no meio da festa. 
Seria inconveniente - ou bonito. Eu devia arriscar.
O pensamento divaga.
Me lembro da briga que tive na terça 
Da conversa que me levou pra fora do tempo-espaço com um amigo que entrou coincidentemente, ou não, no mesmo ônibus. 
Do texto recebido às 2h da manhã que revirou a semana, o mês, o ano 
De como aquela menina de 15 anos escreve como se tivesse 55.
Da vontade de ser terra fértil 
Da alegria de encontrar tantas terras férteis 
De achar a Copa uó
Das mensagens que vou receber amanhã 
Dos trabalhos da semana
Da vontade de ter um tabaco apertado entre os dedos agora
Da vontade que você estivesse aqui agora
Do aprendizado que é você não estar
Da alegria que é estar sozinha e tão bem acompanhada por mim
Do vazio que eu raramente consigo preencher
Da sensação que é buscar
Dos reencontros da vida
Sofro uma ruptura pela música novavelha que começa: " vou mostrando como sou e vou sendo como posso, jogando meu corpo no mundo..."
Um amigo passa a mão no meu cabelo
Fico feliz que ele esteja longo, estou sentindo como se fossem fios-raízes
A materialização de metáforas 
A festa continua
Re-olho o quadro
Pintar mais e nos pendurar mais por aí 
Quero te dar um quadro de presente.

Júlia Portes

sábado, 16 de junho de 2018

sexta-feira, 15 de junho de 2018

quinta-feira, 14 de junho de 2018

Texto Júlia Portes


Eu tô sentada do lado de uma mulher de cachecol verde no ônibus.
Ela tá olhando fixamente para um cronômetro e eu não imagino nada que possa ser cronometrado naquele momento. 
Ver o tempo passando ainda me parece angustiante.
Nesse ônibus tem muita gente em pé e eu tô sentada, o que mais uma vez me faz olhar para meus privilégios e para como a quantidade de seres humanos pode transformar tudo num grande inferno.
Eu tô perto dessa mulher, mas de verdade é como se eu tivesse a um passo de mim. É difícil se entregar a si mesmo quando as estruturas te ensinaram a se abandonar.
Se entregar ao outro é ir de encontro a si? Ou antes de me deparar comigo preciso achar que me perdi?
Abro o livro, sempre fico na dúvida entre ler o livro ou olhar as pessoas. 
Tem um senhor tentando ver o que eu tô escrevendo e eu torço pra que ele leia essa frase, apenas por irônia, pois eu adoro esse tipo de intromissão.
É um livro que eu parei de ler há um tempo e agora voltei.
Tem páginas que precisamos de meses pra digerir.
Encontro uma anotação que fiz da última vez que li :
Não contara que encontrar fosse esse grande desencontro.
E depois:
Dar um sentido depressa é sempre se prender ao já vivido?
O senhor parou de tentar ler o que eu escrevo, talvez ele tenha lido o que eu escrevi ali em cima e esteja inibido, talvez ele nunca tenha tentado e isso seja paranoia. A mulher do cachecol verde parou de cronometrar.
Ainda bem. 
Meu dedo lateja por causa de um corte que fiz ontem picando cebola.
Lembro que devo prestar mais atenção nos objetos, ando tropeçando muito. 
Paro de escrever pra ouvir a conversa do lado.

Júlia Portes

quarta-feira, 13 de junho de 2018

terça-feira, 12 de junho de 2018

segunda-feira, 11 de junho de 2018

domingo, 10 de junho de 2018

sábado, 9 de junho de 2018

sexta-feira, 8 de junho de 2018

quinta-feira, 7 de junho de 2018

Oração ao tempo – Caetano Veloso

És um senhor tão bonito
Quanto a cara do meu filho
Tempo tempo tempo tempo
Vou te fazer um pedido
Tempo tempo tempo tempo


Compositor de destinos
Tambor de todos os ritmos
Tempo tempo tempo tempo
Ouve bem o que eu te digo
Tempo tempo tempo tempo

Por seres tão inventivo
E pareceres contínuo
Tempo tempo tempo tempo
És um dos deuses mais lindos
Tempo tempo tempo tempo

Que sejas ainda mais vivo
No som do meu estribilho
Tempo tempo tempo tempo
Ouve bem o que te digo
Tempo tempo tempo tempo

Peço-te o prazer legítimo
E o movimento preciso
Tempo tempo tempo tempo
Quando o tempo for propício

Tempo tempo tempo tempo
De modo que o meu espírito
Ganhe um brilho definido
Tempo tempo tempo tempo
E eu espalhe benefícios
Tempo tempo tempo tempo

O que usaremos pra isso
Fica guardado em sigilo
Tempo tempo tempo
 Apenas contigo e comigo
Tempo tempo tempo

E quando eu tiver saído
Para fora do teu círculo
Tempo tempo tempo
Não serei nem terás sido
Tempo tempo tempo tempo

Ainda assim acredito
Ser possível reunirmo-nos
Tempo tempo tempo tempo
Num outro nível de vínculo
Tempo tempo tempo tempo

Portanto peço-te aquilo
E te ofereço elogios
Tempo tempo tempo tempo
Nas rimas do meu estilo
Tempo tempo tempo tempo
 

quarta-feira, 6 de junho de 2018

Das partes dificéis.



Difícil na vida é nos mantermos próximos ao que somos verdadeiramente.

Denise Portes

terça-feira, 5 de junho de 2018

segunda-feira, 4 de junho de 2018

domingo, 3 de junho de 2018

sábado, 2 de junho de 2018

sexta-feira, 1 de junho de 2018