Para falar da minha mãe eu tenho que falar de vida,
de tudo que pulsa. Por onde ela passou ela deixou marcas. Ela gostava de gente.
Ela foi boa filha, o xodó do pai dela. Foi boa irmã, o xodó dos irmãos e irmãs
dela. Uma esposa maravilhosa, o luxo do meu pai. A melhor mãe que eu e meus
dois irmãos poderíamos ter. Na semana passada, já bastante debilitada, ela me
disse: “Filha, nós fomos muito felizes juntas, nós nos divertimos muito”. É
verdade mãe, eu respondi. Ontem ela nos deixou e ficou no coração de cada um
uma lembrança, também por esse motivo ela vai deixar muitas saudades. Eu quero
me despedir dela hoje com a mesma alegria que ela tinha e que ela me ensinou a
ter. Eu penso que cumprir a missão na Terra é deixar por aqui não só lembranças
boas, mas exemplo que você pode ser alguém que melhora e alegra a vida do
outro. Seja pintando um belo quadro para presentear o amigo, dando uma flor,
fazendo um almoço gostoso para receber quem você gosta, ou lindos panos de
prato. Quase todos os amigos a ouviram cantar e tocar ao violão ou no piano: “O
meu chapéu tem três pontas, tem três pontas o meu chapéu e se não tivesse três
pontas, não seria o meu chapéu”. Eu gostaria de pedir às pessoas que gostavam
dela, que demonstrasse o seu carinho e amizade enviando boas vibrações e boas
energias para que a sua alma siga em paz. Apesar de doce ela não era boba não.
Ah as mulheres! Ela foi encontrar o amor da sua vida. Desde ontem o meu pai já
esperava a sua chegada e com certeza está mais feliz. Ele preparou a festa no céu,
convidou os amigos, a família dele e os irmãos dela. Ele deve ter dito,
segurando suas mãos: “Que bom meu amor, você chegou”. Nós que tivemos o
privilegio de conhecê-la podemos repetir: “Adeus não Maninha, até breve”.
Passei a vida ouvindo: Você é a cara da sua mãe, mas desejei a vida toda ser
uma alma parecida com a da minha mãe. Te amo mãe, minha mãe.
Denise Portes
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