Conta e Tempo
Frei Antonio das
Chagas (1631-1682)
Deus pede hoje
estrita conta do meu tempo.
E eu vou, do meu
tempo dar-Lhe conta.
Mas como dar, sem
tempo, tanta conta.
Eu, que gastei, sem
conta, tanto tempo?
Para ter minha
conta feita a tempo
O tempo me foi dado
e não fiz conta.
Não quis, tendo
tempo fazer conta,
Hoje quero fazer
conta e não há tempo.
Oh! vós, que tendes
tempo sem ter conta,
Não gasteis vosso
tempo em passa-tempo.
Cuidai, enquanto é
tempo em vossa conta.
Pois aqueles que
sem conta gastam tempo,
Quando o tempo
chegar de prestar conta,
Chorarão, como eu,
o não ter tempo.
Delírio das mentes dos poetas, dos profetas, dos vaga- lumes que brilham misteriosos dentro das nossas mentes, carentes de afeto e de entendimento. O delírio das bruxas, que voam alto no céu, enfeitando a lua. Das bruxas de coração e vassouras rápidas. Esses seres que deliram no som da madrugada, pelas teias da sensibilidade.
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